Sexta antítese. Trata-se, aqui, da postura do misericordioso, daquele que sabe
suportar a perseguição, daquele que aceita o mal permanecendo "fazedor de paz",
de perdão, daquele que não tem nada a perder porque o seu tesouro é fazer o
exigido pelo evangelho, que mostra a nossa filiação divina.
Jesus apelou para o modo de proceder do Pai para ensinar o
amor aos inimigos. O Pai não faz distinção das pessoas entre boas e más, quando
concede seus benefícios à humanidade. O sol e a chuva derramam-se abundantes
sobre todos e lhes são benéficos, independentemente, de sua conduta.
O discípulo do Reino, do mesmo modo, não divide as pessoas
em boas e más, santas e pecadoras, amigas e inimigas, sendo atencioso e serviçal
para umas e repelindo as outras. Porém, a atitude do discípulo pode não
encontrar correspondência por parte de outras pessoas e, eventualmente, ser
hostilizado por elas. Pois bem, embora tenha que sofrer, o discípulo não
retribui com a mesma moeda. Ele bendiz, quando lhe maldizem. Dispõe-se a fazer o
bem a quem lhe nutre ódio. Intercede por seus perseguidores e caluniadores. Esta
é a marca registrada do discípulo.
Se agisse de outra forma, o discípulo não se distinguiria
de um não-discípulo. Revidar ódio com ódio e maldição com maldição não é
novidade. O discípulo, inspirado no agir do Pai, vai na contramão da cultura
reinante. Aí, sim, ele mostra ser o Pai o modelo e o motivo de sua ação. Aliás,
o Pai se torna para ele modelo de perfeição. Quando mais o discípulo é capaz de
agir sem fazer acepção de pessoas, tanto mais próximo da perfeição estará.
Pe Jaldemir Vitório
Oração
Senhor Jesus, livra-me de dividir a humanidade em bons e maus e aproxima-me sempre mais da perfeição do Pai que não faz acepção de pessoas.
Senhor Jesus, livra-me de dividir a humanidade em bons e maus e aproxima-me sempre mais da perfeição do Pai que não faz acepção de pessoas.
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