A rigor só Deus é Pai, porque só ele tem o dom de gerar
eternamente, enquanto fonte da vida. Jesus diz no Evangelho de Mateus 23,9: "A
ninguém na terra chameis Pai, pois um só é o vosso Pai, o celeste".
No texto, a
Palavra «Pai» está em maiúsculo, para indicar justamente que se trata daquele
que é a fonte do amor: o Pai nosso. Os pais e mães da terra, antes de serem pais
e mães, são filhos(as), portanto também são gerados, para depois poderem gerar
como dom e missão. A nossa natureza é filial e implica no sentimento de ser
amado e protegido.
A condição filial divina nos foi dada no Batismo, mas o
espírito filial é uma conquista espiritual que se dá conforme o crescimento da
fé. Quando os seres humanos sentirem-se amados e protegidos por Deus Pai, a
terra será um lugar mais seguro e feliz, porque o amor nos torna aptos a amar. É
por isso que Jesus ordena aos discípulos anunciarem a todos o Evangelho e
batizar. É por isso também que nossa condição relacional é de irmãos, não
importa a idade, sexo, etnia, cargo ou missão. Vale o que Jesus diz: "Vós todos
sois irmãos" (Mt 23,8), o que equivale sermos filhos de um único Pai.
Os bispos, em Aparecida, recordaram: "A importância única e insubstituível de Cristo para nós, para a humanidade, consiste em que Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. “Se não conhecemos a Deus em Cristo e com Cristo, toda a realidade se torna um enigma indecifrável; não há caminho e, ao não haver caminho, não há vida nem verdade”, disse Bento XVI. No clima cultural relativista que nos circunda, onde é aceita só uma religião natural, faz-se sempre mais importante e urgente estabelecer e fazer amadurecer em todo o corpo eclesial a certeza de que Cristo, o Deus de rosto humano, é nosso verdadeiro e único salvador." (DAp 22).
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