A cada ano a festa de Pentecostes oferece à Igreja a ocasião para entrar,
por assim dizer, em si mesma e descobrir-se animada e conduzida pelo Espírito
Santo. Uma presença forte, mas discreta e silenciosa, da qual quase não nos
damos conta. Nos últimos dias de sua vida, Jesus promete aos discípulos que iria
deixar-lhes seu Espírito como sua herança mais verdadeira, como continuação de
sua mesma presença. O Espírito Santo é, portanto, antes de tudo, a presença
"espiritual" de Jesus ressuscitado na Igreja, presença que continua, de maneira
diferente, sua presença histórica de uma vez; presença que é, porém,
misteriosamente, também uma pessoa: a terceira Pessoa da Trindade. Ele é a alma
da Igreja: "sem o Espírito Santo, Deus estaria longe, Cristo ficaria no passado,
o Evangelho seria letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade
uma dominação, a missão uma propaganda, o culto uma evocação e o agir cristão
uma moral de escravos. Mas no Espírito Santo o cosmos se levanta e geme nas
dores do Reino, o Cristo ressuscitado está presente, o Evangelho é potência de
vida, a Igreja é comunhão trinitária, a autoridade é serviço libertador, a
missão é Pentecostes, a liturgia é memorial e antecipação, o agir humano é
deificado" (Inácio de Laodiceia).
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