Quando estamos diante de um evangelho como esse, onde fica
explicitada a necessidade do discípulo renunciar algo, deixar para trás tantas
outras coisas, em um primeiro momento pensamos em uma perda. Lembro-me quando me
preparava para a ordenação Diaconal e estava exatamente naquele tempo
conseguindo me realizar na área da comunicação, que eu tanto amava, atuando no
jornal da minha cidade, fazendo locução de jogos decisivos da nossa Várzea e já
dando também os primeiros passos em uma emissora AM participando em um programa
de esportes e iniciando uma possível carreira de comentarista esportivo.
Lembro-me de uma certa nostalgia nos primeiros domingos em que já tinha me
afastado das lides esportivas de repórter varzeano. Acho que isso também
aconteceu com os primeiros discípulos que largaram na praia o barco e as redes.
Isso acontece porque olhamos só o Débito e não temos
noção, naquele primeiro momento, dos grandiosos Créditos que o Senhor nos dará.
Posso testemunhar com alegria, sinceridade e Fidelidade que, decorridos mais de
30 anos desses episódios anteriores a minha ordenação, sinto-me plenamente
realizado porque o Trabalho de Comunicação acabou vindo a ser uma diakonia
dentro do meu Ministério onde respondo pela Coordenação da Pascom
arquidiocesana, como responsável direto pelo Portal, pelo Jornal Arquidiocesano
edições impressas e online. É inexplicável a alegria que sinto ao fazer esse
trabalho, posso dizer que consegui unir o útil ao agradável, pois, atuar na área
de comunicação na vida civil, já me alegrava, agora então, atuando no seio da
nossa Mãe Igreja, a alegria é redobrada. Se eu insistisse na carreira de
Comunicação, não seria um bom profissional.
Deus Pai presente em Jesus Cristo, nos carismas do
Espírito Santo, nunca vai nos chamar para fazer algo para o qual não temos a
mínima inclinação, mas dentro do próprio carisma vai pedir de nós uma renúncia,
um deixar algo para trás, algo que gostamos muito de fazer. Em uma linguagem bem
popular, nãop se trata aqui de “Trocar seis por meia dúzia”, pois quando
descobrimos o que Deus quer de nós, no mesmo lugar onde estamos, e com o carisma
que dele recebemos, sempre saímos no lucro, deixamos “pouco” e ganhamos “muito”.
Evidentemente que o retorno é total e completo, pois não se restringe a esta
Vida Terrena, mas a supõe, como caminho para a Plenitude de uma Vida Eterna,
quando daí sim, nos realizaremos de maneira perfeita como pessoas e como Filhos
e Filhas de Deus.
Os que se realizam, ou pensam se realizar sem essa opção
pelo Reino de Deus e pela adesão total a Jesus Cristo, são os “Primeiros”
citados nesse evangelho, que buscam desfrutar o máximo dessa vida, sem se
importar com a possibilidade de uma outra, super melhor, e os “Últimos” são os
que, pacientemente, com muita Fé, vão construindo a História, vivendo
intensamente esta Vida, com todas as alegrias que ela pode nos oferecer, mas
muito conscientes de que o “Melhor” ainda está por vir.
Diácono José da Cruz
ORAÇÃO
Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.
Pai, dá-me a graça de entregar-me totalmente ao serviço do Reino, sem esperar outra recompensa além de saber-me amado por ti.
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