Neste evangelho, com palavras consoladoras Jesus fala com
seus discípulos sobre o “Provisório” e o “Permanente”, sobre o “Mortal” e o
“Eterno”, sobre o “Passageiro” e o “Para sempre”. Realidades distintas mas que
estão presentes na Vida do Cristão que professa sua Fé em Jesus Cristo. Vivemos
em uma só dessas realidades, que é a terrena, com suas limitações e
fragilidades, mas temos a outra em nós, a partir da Encarnação de Jesus e do
derramamento do Espírito em Pentecostes, e que de certa forma o conteúdo dos
evangelhos desse tempo pascal, nos prepara para essa grande celebração.
A nossa realidade terrena não é descartável, como muitos
cristãos imaginam, parece que a Vida de um Cristão consiste em ignorar e
desprezar a natureza humana, aspirando somente as coisas da Vida Eterna que virá
depois. Mas é ilusão pensarmos desta maneira, também na Vida de Fé não se pode
“queimar etapas”, antes de nascermos, habitamos no Útero Materno o qual
pensávamos que era permanente, mas um dia o deixamos para sermos inseridos em
uma realidade e um mundo mais amplo. Mas o processo de gestação foi necessário e
importante ao longo dos nove meses.
A nossa Vida terrena nos prepara para a Vida Eterna, para
essa Vida do Espírito que de certa forma já temos. No aprendizado de voo dos
pássaros, primeiro os filhotes pulam para alcançar o alto, arriscam-se em
pequenos voos próximos ao chão, até que um dia se projetam em um espaço maior, e
ao perceber que o aprendizado chegou ao seu final, então mergulham no infinito
em alturas inimagináveis, tarefa que conseguiram porque tiveram a paciência de
exercitar-se em um aprendizado que custou alguns tombos com certeza.
Os discípulos iniciaram assim o longo aprendizado, logo de
início julgaram que tudo havia desmoronado pois ficaram privados da presença
física de Jesus que havia morrido na cruz do calvário, entretanto toda aquela
dor e tristeza haveria de se transformar em alegria, quando sentem que aquele
Jesus morto na cruz estava ali entre eles, caminhando e ensinando-os como antes.
A semente colocada nas profundezas da terra havia brotado e agora era deles a
missão de cuidar dela com carinho e fazê-la transformar-se em uma grande
árvore.
Algo de novo e belo renasce das cinzas, uma Vida Nova e
toda a amplidão de um Reino que supera qualquer Reino da Terra. A esperança e a
alegria dos discípulos, não vinha de suas convicções ou ideais de Vida, mas do
próprio Cristo Ressuscitado e caminhante que os acompanha. Valera a pena
esperar, o sonho do Reino anunciado por Jesus se tornara uma realidade nas
primeiras comunidades. É dessa Esperança Certeza que nossas comunidades cristãs
do Segundo Milênio se alimenta...
Diácono José da Cruz
ORAÇÃO
Pai, não permitas que jamais a tristeza e o pranto tomem conta do meu coração. E que a fé na Ressurreição seja, para mim, motivo de perene alegria
Pai, não permitas que jamais a tristeza e o pranto tomem conta do meu coração. E que a fé na Ressurreição seja, para mim, motivo de perene alegria
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