A gente está habituada a servir, ser gentil e acolhedor com
gente importante. No trabalho profissional buscamos agradar ao chefe e demais
superiores, quando mais importante o cargo e a função de quem nos pede algo,
mais que vamos nos esforçar para atendê-lo. Talvez não só por questão de
obediência, mas muito mais porque, sendo importante, aquela pessoa pode nos
ajudar a subir dentro da empresa, nomeando-nos quem sabe para algum cargo.
Quando esse modo de agir é uma obcessão, determinando nossas relações com essas
pessoas, acaba se tornando puxa-saquice sem tamanho, mas no fundo é isso mesmo,
gostamos de servir a quem pode nos retribuir com algo vantajoso.
Podem reparar que trazemos esse modo de agir para a comunidade,
o pessoal da liturgia trata o Padre de um jeito, o Diácono de outro, e o coitado
do Ministro da Palavra é o último que fala e o primeiro que apanha. Por que
isso? Por que se observam as pessoas através de uma visão hierarquizada.
Conforme se tem um cargo maior, mais “servidores” vão aparecer.
Não sou contra, dar uma atenção maior ao sacerdote, ao
arcebispo, quando está em uma comunidade, são nossos pastores que nos orientam,
nos apontam caminhos. Não há nada de errado nisso. Mas as pessoas são iguais e o
espírito cristão tem que nos levar a agir dentro dessa igualdade.
No evangelho de hoje Jesus vai além e coloca como referência as
criancinhas e os meninos, que naquele tempo eram insignificantes na sociedade,
além das mulheres. Criança nem entrava nas estatísticas e eram totalmente
dependentes dos adultos, começando pelos pais e parentes. Não tinham nenhuma
autonomia e só lhes restava obedecer e fazer o que os adultos mandavam,
diferente de hoje quando há até leis específicas que garante o direito das
pessoas, crianças, adolescentes, jovens e idosos.
Os discípulos fizeram uma pergunta “Quem é o maior no Reino dos
Céus?” porque seguiam essa lógica da submissão a quem é o maior. Jesus,
entretanto desmonta esse esquema de domínio sobre as pessoas e afirma que no
Reino, os pequenos, pobres, insignificantes, é que devem ser servidos. Esse
ensinamento, tanto nos tempo dos discípulos e das primeiras comunidades, como em
nossos dias, parece absurdo porque na lógica humana somente as pessoas
importantes são valorizadas. Mas Jesus não está fazendo um belo discurso
demagógico como o de alguns políticos, pois na conclusão do evangelho, com a
parábola da ovelha desgarrada, ele nos mostra que o Pai do Céu age assim com
todos nós, buscando a ovelha perdida e a valorizando mais que as outras.
(Diácono José da Cruz. da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Oração
Pai, poupa-me de cair na tentação de querer fazer-me grande aos olhos do mundo, pois a verdadeira grandeza consiste em fazer-me amigo e servidor do meu próximo.
Pai, poupa-me de cair na tentação de querer fazer-me grande aos olhos do mundo, pois a verdadeira grandeza consiste em fazer-me amigo e servidor do meu próximo.
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