No tempo de Jesus, uma ala do farisaísmo tendia a inverter o
valor das coisas. Davam muita importância às coisas secundárias, enquanto as
essenciais não recebiam a devida atenção. O pagamento do dízimo, por exemplo,
era uma exigência irrecusável, e cumprida mesmo em relação às insignificantes
hortaliças.
Entretanto, os fariseus não se preocupavam, minimamente, em
praticar a justiça para com o próximo e dedicar a Deus um amor verdadeiro. A
prática religiosa do dízimo era, desta forma, esvaziada de sentido. Ao pagá-lo,
os fariseus pensavam estar sendo fiéis à vontade divina. Todavia, enquanto
cometiam injustiças contra o próximo, cultivavam a vanglória e agiam como
hipócritas acabavam por desagradar a Deus. Invalidava-se, deste modo, sua
piedade exterior, à qual se entregavam apenas para serem louvados pelos
outros.
O amor e a justiça ocupam o lugar central na vida do discípulo
do Reino. Nisto, ele se distingue dos fariseus. Amor e justiça, quando postos em
prática, revelam o mais íntimo do ser humano. Outras práticas podem ser
enganosas, revelando apenas uma piedade aparente. De fato, podem ser uma máscara
da hipocrisia humana e esconder a maldade que a pessoa traz no coração. Por
isso, em primeiro lugar, é preciso praticar a justiça e o amor. Com este pano de
fundo, as outras práticas de piedade terão mais solidez.
( Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE)
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a centrar minha vida sempre mais na justiça e no amor, para que tudo o mais tenha sentido para mim.
Senhor Jesus, ajuda-me a centrar minha vida sempre mais na justiça e no amor, para que tudo o mais tenha sentido para mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário