Os preconceituosos fariseus julgaram insuportável a decisão de
Jesus de sentar-se à mesa com os odiados cobradores de impostos e com os
pecadores. Atitude reprovável e irresponsável para um Mestre diante de seus
discípulos. Os fariseus censuraram-no baseando-se numa concepção tradicional de
mestre, na qual Jesus recusava a se enquadrar.
O Filho de Deus ia ao encontro dos mais carentes da
misericórdia do Pai, exatamente os marginalizados pelas estruturas religiosas.
Sua iniciativa de comer com os pecadores, longe de ser um gesto impensado, era
expressão de algo fundamental no seu ministério: demonstrar profunda comunhão
com os que se afastaram do Pai e precisavam reconciliar-se com ele. Jesus agia
como um médico que se ocupa com quem está doente, e não com quem goza de boa
saúde. Era uma questão de lógica!
O contato com os pecadores, na mentalidade da época, provocava
impureza ritual, de forma a impedir a participação no culto. Era preciso
afastar-se dos pecadores, como se fossem empestados, para estar em condições de
se aproximar de Deus.
Os discípulos de Jesus foram orientados de maneira diversa: se
quisessem estar em comunhão com o Pai, deveriam, em primeiro lugar, estar em
comunhão com as vítimas do desprezo da sociedade puritana daquele tempo. A falta
de misericórdia tornaria vazio e desagradável a Deus o culto que lhe era
prestado.
(Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE)
Oração
Pai, inspirado em Jesus, quero manifestar minha comunhão contigo sendo misericordioso com as vítimas dos preconceitos humanos.
Pai, inspirado em Jesus, quero manifestar minha comunhão contigo sendo misericordioso com as vítimas dos preconceitos humanos.
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