A parábola do semeador tinha em vista levar os discípulos a
serem realistas no seu serviço ao Reino. Ingenuamente, eles imaginavam a Palavra
sendo acolhida e vivida por todos. Anteviam o Reino lançando raízes no coração
de toda gente, gerando conversão. Contavam com ele, tendo a primazia na vida das
pessoas, de modo que estas não cederiam às solicitações de mais ninguém. Em
suma, os discípulos não contavam com a perda.
As coisas, na verdade, não se passavam assim, e a tentação de
desanimar era forte. O fracasso deixava-os bloqueados, pois desconheciam a
dinâmica do Reino. Jesus tentou fazê-los superar este horizonte equivocado e
seguir adiante sem ter medo de perder.
O semeador deu-se por satisfeito e recompensado pela quarta
parte da semente que produzira frutos. Ele sabia que as sementes caídas à beira
do caminho seriam comidas pelos passarinhos. As caídas em terreno pedregoso
haveriam de secar logo, por faltar-lhes umidade. As lançadas em meio aos
espinhos seriam sufocadas por eles. E mais: mesmo as que caíram em terra fértil,
não frutificariam do mesmo modo. Mas, nem por isso ele se recusou a semear.
Estava certo de que os frutos viriam com certeza, embora contando com perdas
inevitáveis.
De igual modo, o discípulo, servidor do Reino, tem consciência
de dever seguir semeando a Palavra, mesmo que a colheita não tenha o sucesso com
que contava.
(Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE)
Oração
Senhor Jesus, não me deixes desanimar diante das derrotas e dos fracassos, no serviço do Reino; antes, faze-me ficar satisfeito com os frutos produzidos.
Senhor Jesus, não me deixes desanimar diante das derrotas e dos fracassos, no serviço do Reino; antes, faze-me ficar satisfeito com os frutos produzidos.
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