O processo de reconhecimento de Jesus Ressuscitado foi
acontecendo em meio a fadigas e dificuldades que a comunidade encontrava em seu
caminho de fé. Ao professar a fé no Ressuscitado, os cristãos viam-se
questionados de várias formas. O fato mesmo de fazer a salvação depender de quem
fora crucificado deixara-os em crise.
Segundo a mentalidade da época, quem morria na cruz, era
tido como um amaldiçoado por Deus. Com Jesus teria sido diferente? Ou será que,
de fato, Deus o resgatara da morte, restituindo-lhe a vida, de modo a estar
sempre junto dos seus? Essas e outras dúvidas persistiam na comunidade de fé,
exigindo uma resposta.
A experiência no lago, por ocasião de uma travessia,
revela a situação da comunidade. A escuridão da noite, a força do vento e a
agitação do mar impediam os discípulos de perceber Jesus se aproximando. Sua
figura perdia-se na nebulosidade. Os discípulos tiveram certa dificuldade para
superar a situação. Por sua vez, o Mestre os exortou a não temer, pois ele mesmo
estava ali, junto deles. "Sou eu; não tenham medo!"- assegurou-lhes, chamando-os
à realidade. A certeza desta presença descortinou-lhes um novo horizonte de
segurança e de tranqüilidade.
A comunidade de fé reconhece o Ressuscitado, em meio às
adversidades da vida. Importa não se deixar abater, pois ele está no meio de
nós.
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
Oração
Espírito de lucidez dissipa as trevas que me impedem de reconhecer a presença do Ressuscitado, junto de mim e da comunidade.
Espírito de lucidez dissipa as trevas que me impedem de reconhecer a presença do Ressuscitado, junto de mim e da comunidade.
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