Nesse Evangelho, a multidão faz um grande esforço para
buscar Jesus e seus discípulos, pegam os barcos disponíveis por ali e fazem a
travessia até chegar a Cafarnaum, onde ele estava na outra margem do lago. Como
hoje há também uma multidão que se esforça, dentro de suas igrejas, a buscarem
Jesus. A pergunta é o que essas pessoas buscam? O que elas vêem em Jesus Cristo?
As respostas variam muito, há os que buscam a cura de uma enfermidade, outros
buscam a prosperidade em troca de um dízimo altíssimo, outros até buscam os
sacramentos, mas sem compreender nada sobre eles, não é errado buscar coisas
materiais ou pedi-las a Deus, por intercessão de Jesus Cristo, o problema, é
quando nada mais enxergamos nele, além disso, cura física, patrimônio, ganhos
financeiros um bom emprego com um ótimo salário, a libertação de toda e qualquer
angústia que nos traga algum sofrimento físico ou moral.
Entretanto, sabemos muito bem que tudo isso, um belo dia
vai ficar para trás: nosso corpo saudável, nossos bens materiais, nossa carreira
profissional, tudo isso são coisas perecíveis, mas que, no entanto, muitas vezes
estão no centro de nossas atenções, e a vida vai girando sempre em torno daquilo
que podemos ter de bom, em todos os aspectos, e a religião entra como a grande
aliada do homem, pois se me submeto a uma religião, Deus me recompensa dando-me
tudo aquilo que preciso, para viver bem. É exatamente com essa intenção que nos
dias de hoje, uma grande multidão lota alguns templos nas grandes
metrópoles.
Mas esta reflexão é válida para todos nós cristãos, porque
parece que não sabemos bem o que queremos, e nos contentamos apenas com a casca
da fruta, colocamos nossa atenção na embalagem do produto, em resumo, nos
contentamos com tão pouco, quando Jesus nos oferece um tesouro inestimável, algo
novo, inédito e valiosíssimo, mas a multidão não quer arriscar deixar de lado a
religião de Moisés, a cuja tradição estavam ligados, “O que faremos para
praticar as obras de Deus?” Para eles Moisés era até agora a maior referência,
porque garantiu alimento para o povo no deserto, e bastava cumprir a lei que já
estava no caminho certo. Não precisava pensar e nem comprometer-se com nada,
bastava não fazer nada de errado, e pronto, o resto era com Deus! “Que milagres
fazes, para que vejamos e creiamos em ti, que obras realizas?” Em outras
palavras, o que vamos ganhar se te seguirmos.
Hoje em dia, com o fenômeno religioso que se apresenta
como uma resposta diante dos inúmeros problemas existenciais, a religião mais
procurada é aquela que oferece maiores vantagens, não exige muito sacrifício nem
comprometimento, é quase que o princípio do melhor custo benefício, investir bem
pouco e ganhar muito. Muitas vezes, pensando desse modo acabamos pecando, quando
valorizamos mais a quantidade do que a qualidade, vendo nisso um indicativo de
crescimento em nossas comunidades.
Crer naquele que o Pai enviou, não significa deixar tudo
por conta de Jesus, antes, é tê-lo como nossa referência única e autêntica,
despojando-nos do Velho Homem e renovando os sentimentos de nossa alma,
revestindo-nos do homem novo, criado a imagem e semelhança de Deus, em
verdadeira justiça e santidade. Não é importante o TER mas o SER, é isso que
Jesus nos oferece, um novo ser, totalmente livre para tomar decisões e fazer
escolhas na vida, a partir de Jesus Cristo, aquele que nos renovou por completo
com sua obra redentora.
Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
ORAÇÃO
Pai, dá-me sensibilidade para perceber que a presença de Jesus, na nossa história, é a grande obra que realizaste: dar-nos a vida eterna.
Pai, dá-me sensibilidade para perceber que a presença de Jesus, na nossa história, é a grande obra que realizaste: dar-nos a vida eterna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário