As pessoas ainda estão sendo motivadas pelo que é fantástico, sensacional, os milagres, as curas. Mas, não alcançam o sentido das obras de Jesus, ou seja, aquilo que Deus quer: que creiam.
Não foi fácil para Jesus levar o povo a estabelecer com ele um relacionamento correto. Muitas vezes, seus gestos poderosos despertavam sentimentos inoportunos, com os quais não ele estava de acordo. Jamais o Mestre se deixava aliciar!
A multiplicação dos pães prestou-se para mal-entendidos.
Depois de ter sido alimentada, a multidão foi, novamente, ao encalço de Jesus.
Não por reconhecer sua qualidade de enviado do Pai, mas por ter comido e se
saciado, interessada na repetição do milagre.
No entanto, não interessava a Jesus ser procurado na
qualidade de milagreiro. Ele esperava ser reconhecido como Filho do Homem,
portador de um alimento especial para a humanidade, penhor de vida divina. O seu
era um pão diferente: ele próprio.
A apropriação deste pão dar-se-ia por meio da fé, ou seja,
da adesão a Jesus. Ao aderir a ele, o discípulo afasta de si tudo quanto gera
morte, e assimila o dinamismo vital que o animava, cuja fonte era o próprio
Pai.
Jesus estava interessado em saciar, em primeiro lugar, não
a fome física, mas uma outra muito mais fundamental. Saciado com o pão do céu, o
discípulo estaria apto para promover a partilha do pão material que sacia a fome
do povo.
A fé em Jesus não se expressa num intimismo estéril. Pelo
contrário, ela deve ser expressa através de gestos, à semelhança daqueles
realizados por Jesus. Também o discípulo é chamado a multiplicar os pães.
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
Oração
Espírito de adesão, transforma minha fé numa assimilação sincera da vida do Ressuscitado, que me leve a transmitir esta mesma vida a quem está faminto de Deus.
Espírito de adesão, transforma minha fé numa assimilação sincera da vida do Ressuscitado, que me leve a transmitir esta mesma vida a quem está faminto de Deus.
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