O fato de Jesus ter vindo da Galiléia criava dificuldade para
ser aceito como Messias. Conforme uma antiga tradição, o Messias viria de Belém,
cidade de Davi, pois Deus havia prometido a esse rei que, para sempre, um de
seus descendentes haveria de sentar-se no trono de Jerusalém. Esta esperança
messiânica de caráter político-militar estava bem viva na mente do povo,
mormente no momento em que o peso da dominação romana se fazia sentir.
Pelo que se percebe, as autoridades de Jerusalém ignoravam a
verdadeira origem de Jesus. E não pareciam muito interessadas em conhecê-la. O
motivo verdadeiro da resistência contra ele girava em torno da sua pregação. Os
guardas, enviados para prendê-lo, voltaram admirados com o que ouviram de sua
boca. A multidão, também, ficava boquiaberta ao ouvi-lo, a ponto de irritar as
autoridades.
Até mesmo o fariseu Nicodemos, que exercia um cargo de
liderança entre os judeus, ficara tão fascinado com o Mestre, a ponto de se
tornar discípulo deles, mas às escondidas. Será ele quem tomará, discretamente,
a defesa de Jesus, sugerindo que, antes de condená-lo, seria preciso ouvi-lo
para saber o que realmente estava fazendo.
A insistência na origem de Jesus ocultava o motivo verdadeiro
de sua rejeição. Sem mudar de mentalidade, seus perseguidores haveriam de
rejeitá-lo, mesmo sendo declaradamente de Belém. Seu modo de ser rompia todos os
esquemas messiânicos da época.
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
Oração
Pai, ajuda-me a acolher, sem preconceitos, a revelação de Jesus, pois sua identidade messiânica de Filho de Deus transparece nas palavras e nos sinais que ele realizou.
Pai, ajuda-me a acolher, sem preconceitos, a revelação de Jesus, pois sua identidade messiânica de Filho de Deus transparece nas palavras e nos sinais que ele realizou.
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