É admirável em São José, esposo de Maria e Pai adotivo do
menino Jesus, á sua discrição. É o homem do silêncio, mesmo em momentos como
este, narrado pelo evangelho, onde poderia, quem sabe, usar da sua autoridade de
Pai para dar uma "dura" no menino que ficou no templo sem sua prévia
autorização. Na maioria dos relatos que o envolvem, e que são bem poucos, menos
que Maria, o nosso "Bom José" entra mudo e sai calado. Não é que seja tímido e
não queira se expor, é que José, este Santo Homem venerado no mundo inteiro,
sabia ocupar o seu lugar na comunidade.
Em nossas comunidades conhecemos pessoas que se identificam
muito com José, dão o melhor de si, mas sempre muito discretamente, sem muito
alarde cumprem um papel importante na caminhada da igreja, cientes de estarem
cumprindo a Vontade de Deus. Um certo dia fui ao velório de um irmão Vicentino e
fiquei pasmo em ver a presença de um grande número de assistidos por ele, que
sofriam com a sua morte, uma senhora bem pobrezinha disse chorando que "Ele
dava-nos muito mais do que uma cesta básica... Nos valorizava e nos fazia sentir
importantes, pelo jeito com que nos tratava". Pensei comigo mesmo que ele
poderia ter sido um coordenador da comunidade mais o meu pároco, muito
sabiamente comentou "Ele era exatamente aquilo que Deus queria que ele
fosse...". Penso que São José também era exatamente aquilo que Deus queria que
ele fosse...
São José é Patrono da nossa Igreja, e se Maria Santíssima é a
primeira cristã, José merece o título de primeiro agente de Pastoral pois sua
missão foi servir Maria e a ela se dedicou de tal forma que mudou os planos de
sua vida para poder ficar para sempre ao seu lado. Evidentemente ocupou na vida
de Jesus o lugar de Pai, ensinando-o a sobreviver transmitindo-lhe seus
conhecimentos de artesão e carpinteiro.
Teve uma morte Santa, não se sabe exatamente em que momento,
pois quando Jesus iniciou sua vida pública, já era falecido. A morte santa não é
pelo simples fato de ter morrido nos braços de Jesus e de Maria, mas por tê-los
servido durante a sua vida, sendo um homem justo e reto. Nem Jose e nem Maria
nunca quiseram ser na comunidade o centro das atenções, tinham razões de sobra
para fazê-lo mas preferiram o anonimato, seguindo a mesma linha de conduta de
João Batista, o Precursor "E preciso que Ele cresça e eu desapareça".
Admirar José e tê-lo com Padroeiro ou o Santo da nossa devoção,
deve fazer parte da piedade cristã de todos os tempos, entretanto, o bom mesmo é
seguir o seu santo exemplo, dar tudo de nós, aos irmãos e irmãs de caminhada, e
passar sempre desapercebido...
Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
Oh Glorioso São José, Rogai por todos Nós. Amém!
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