O ódio crescente contra Jesus e a decisão de matá-lo tinha uma
razão bem clara: sua pretensão de fazer-se igual a Deus. Isto se deduzia da
liberdade com que trabalhava em dia de sábado. Segundo a teologia da época, só
Deus trabalha em dia de sábado para garantir a subsistência da criação e da vida
sobre a face da Terra. Os sinais realizados por Jesus, em dia de sábado, tinham
características semelhantes, pois estavam estreitamente relacionados com a
recuperação da vida.
Nos seus ensinamentos, Jesus jamais chamou-se de "Deus". De
fato, sempre falou do Pai, a cuja vontade estava submetido, do qual viera e para
o qual voltaria, que o enviou com a missão de restaurar a existência humana
corrompida pelo pecado. Sua palavra era perpassada pela consciência de ser
Filho. Nunca pretendeu usurpar o lugar do Pai; antes, soube colocar-se no seu
devido lugar até o último momento, quando exclamou: "Pai, em tuas mãos entrego o
meu espírito!".
Jesus, porém, tinha consciência de ser o caminho de encontro
com o Pai. Quem acolhesse suas palavras, estaria acolhendo as palavras do Pai.
Crer nele comportava crer no Pai. Honrá-lo corresponderia a honrar o Pai. Pelo
contrário, rejeitá-lo significava rejeitar o Pai.
A teologia rígida dos adversários de Jesus não podia suportar
tamanha ousadia. A decisão de matá-lo foi o expediente extremo para eliminar uma
pessoa incômoda.
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
Oração
Pai, tu me deste teu Filho Jesus como caminho para encontrar-me contigo. Reforça minha fé, de modo que, conhecendo mais a Jesus, possa também conhecer-te mais.
Pai, tu me deste teu Filho Jesus como caminho para encontrar-me contigo. Reforça minha fé, de modo que, conhecendo mais a Jesus, possa também conhecer-te mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário