1. "Um Cristianismo pela
metade..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Há tantas indagações que poderíamos colocar ao lado dessa
pergunta capciosa que os Fariseus e Herodianos fizeram as Jesus. Vamos formular
algumas delas, para que compreendamos a resposta de Jesus, para os cristãos de
2012.
"Senhor, é certo um cristão participar da política partidária?
Deve um Cristão atuar no sindicalismo ou na associação de moradores? Deve um
cristão preocupar-se com questões sociais do bairro, da cidade? Deve um cristão
ocupar-se com problemas de ordem econômica? Pode um Cristão acompanhar trabalhos
da câmara e cobrar os seus representantes n o legislativo? Deve um Cristão
ocupar-se de questões referentes a cidadania, ao meio ambiente e ecologia?
Deverá um Cristão preocupar-se com questões da Educação e Saúde? Pode em nossas
comunidades um Cristão preocupar-se com administração, situação econômica da
Paróquia, formas de gestão para melhorar a arrecadação do dízimo ? Deve um
Cristão preocupar-se com a comunicação, e ocupar espaços na Mídia local ou na
grande Mídia, para evangelizar? A lista é muito grande e paramos por aqui.
A verdade é que, muitas vezes preferimos ser Cristãos pela
metade, ignorando ou menosprezando as realidades terrenas que nos cercam e que
afetam diretamente a nossa vida. Para que ocupar-se com as coisas do mundo, se
elas são transitórias, o que importa é preocupar-me com a salvação da minha alma
na Vida Eterna... Esse é o pensamento que prevalecia na Igreja antes do Concílio
Vaticano II, e infelizmente muitos ainda pensam assim, se recusam a ser fermento
na massa, sal e luz do mundo, preferindo a Fé da Magia, que cuida das coisas
santas e sagradas, entendendo que tudo mais são coisas profanas. Claro que, por
conta desse pensamento, os cristãos "Metadinha" são péssimos administradores,
maus pagadores, vivem "apertados", metidos em grandes dívidas e são capazes de
pedir a Deus um milagre econômico para suas vidas.
Cristãos Metadinha odeiam ouvir falar em política dentro da
Igreja e na relação com os políticos, legisladores e governantes, só querem uma
coisa, ter algum ganho ou levar alguma vantagem com eles, incentivando, até
mesmo políticos de dentro da comunidade, a praticarem o chamado clientelismo
político, que é uma praga que infesta nossa sociedade.
Nesse sentido, e olhando por esse lado, podemos entender que a
resposta de Jesus "Dai a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus", é um
convite a coerência, de uma Fé comprometida com a Vida e todas as suas
implicações. Claro que a questão da imagem cunhada na moeda serve também como
uma exortação para lembrarmos que o Homem é imagem e semelhança de Deus e não
imagem, e semelhança das Instituições.
Portanto, sendo imagem e semelhança de Deus, temos que ser
coerentes como Jesus de Nazaré, Homem fiel, Judeu e Cidadão, que inseriu-se
plenamente na sua realidade Nacional e Religiosa, sem nunca fazer da relação com
Deus uma forma de alienar-se. E por ser assim, tão comprometido com a
transformação das estruturas do seu tempo, foi perseguido e condenado
injustamente á morte da cruz, pois se fosse apenas um fanático religioso, um
visionário místico, que vivia nas nuvens, certamente não incomodaria a ninguém e
morreria velhinho, de cabelos brancos...
2. Deus é misericórdia,
amor e vida
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Por cerca de três anos Jesus exerceu seu ministério na Galileia
e nas regiões gentílicas vizinhas. Agora, em Jerusalém dá-se o confronto fatal
com o sistema religioso do Templo.
O imposto de César era exigido dos judeus, sob o domínio
romano. Alguns fariseus e herodianos, procurando provocar em Jesus alguma
palavra que o condenasse, perguntam-lhe se deviam ou não pagar este imposto. Se
dissesse que não, incorreria na condenação dos romanos. Se dissesse que sim,
ficaria desacreditado perante o povo. Diante da moeda cunhada com a cabeça de
César, que se intitulava "Filho Augusto e Divino", Jesus devolve a pergunta: "De
quem é esta figura e a inscrição?". E, depois da resposta, conclui: "Devolvei a
César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
César é diferente de Deus. César é a ambição do dinheiro e do
poder. Deus é misericórdia, amor e vida. Libertar-se do dinheiro e
comprometer-se com Deus, é o projeto de Jesus.
Oração
Pai, tudo quanto existe no universo te pertence. Ensina-me a subordinar tudo ao teu querer e a considerar-te a medida de tudo.
Pai, tudo quanto existe no universo te pertence. Ensina-me a subordinar tudo ao teu querer e a considerar-te a medida de tudo.
3. OPOSIÇÕES
INEXISTENTES
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Para confundir Jesus, fariseus e herodianos propuseram-lhe uma
pergunta capciosa a respeito da liceidade de pagar o tributo ao imperador
romano.
O pano de fundo desta questão era complexo. Sob o aspecto
político, tratava-se de saber se Jesus era contra ou a favor da dominação
estrangeira. Sob o aspecto religioso, a resposta de Jesus revelaria que imagem
ele fazia de Deus, que escolhera Israel para ser o povo de sua predileção, e não
se contentava em vê-lo oprimido. Afinal, o Deus de Jesus era um Deus libertador?
Sob o aspecto econômico, a questão levava Jesus a posicionar-se diante da
penúria do povo, do qual se exigia pagamento de tributo. Sob o aspecto social,
Jesus deveria dizer se concordava com a situação de opressão a que estava
reduzido o povo de Israel.
A resposta do Mestre, aparentemente evasiva, revela sua visão da história, centrada no Reino de Deus. Não existe contraposição entre César e Deus, uma vez que estão situados em níveis diferentes. O pagamento do tributo ao imperador é irrelevante, quando este não cede à tentação de usurpar o lugar de Deus, tiranizando as pessoas. Deus é o Senhor absoluto da História. E César deve submeter-se a ele. Importa que todos, inclusive o imperador, acolham a vontade divina.
A resposta do Mestre, aparentemente evasiva, revela sua visão da história, centrada no Reino de Deus. Não existe contraposição entre César e Deus, uma vez que estão situados em níveis diferentes. O pagamento do tributo ao imperador é irrelevante, quando este não cede à tentação de usurpar o lugar de Deus, tiranizando as pessoas. Deus é o Senhor absoluto da História. E César deve submeter-se a ele. Importa que todos, inclusive o imperador, acolham a vontade divina.
Conseqüentemente, a resposta de Jesus revela que ele se opunha
a todo tipo de opressão e exploração, pois o Pai é um Deus libertador. É preciso
ser perspicaz para compreender o sentido da posição de Jesus.
Oração
Espírito de sagacidade, dá-me a graça de compreender o sentido oculto das palavras de Jesus, cuja sabedoria se esconde para quem não está sintonizado com ele.
Espírito de sagacidade, dá-me a graça de compreender o sentido oculto das palavras de Jesus, cuja sabedoria se esconde para quem não está sintonizado com ele.
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