1. "A FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO
PAULO"
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
A Festa de São Pedro e São Paulo, que celebramos nesse domingo,
nos faz pensar na origem de nossas comunidades. Como tudo começou? Quando foi a
primeira celebração, quem fez? Como é que a comunidade cresceu e se desenvolveu
para chegar aos dias de hoje? Uma coisa é muito certa: o fundador ou fundadores
devem ter feito uma experiência muito profunda com Jesus Cristo, pois sem isso,
a comunidade não teria um alicerce, alguém em quem apoiar-se para poder crescer
e cumprir a sua missão.
Comecemos a falar primeiro de Paulo, cuja teologia, isso é, o
modo como ele começou a pensar as coisas de Deus, depois do encontro com Jesus
no caminho para Damasco, foi tão marcante na vida das comunidades, que esse
apóstolo é mencionado como o segundo fundador da nossa Igreja. De fato, seria
difícil pensarmos em uma igreja universal, presente no mundo inteiro, em outras
culturas e nações, sem nos lembrar de Paulo, aquele que pregou aos gentios que
eram pessoas de outra cultura. Paulo não ficou só na mística, se assim o
fizesse, teria fundado uma outra religião e arrastaria milhares de adeptos,
porém, sistematizou alguns pontos doutrinários importantes, organizou as
comunidades que havia iniciado, e o mais bonito, mesmo pensando um pouco
diferente do Chefe dos Apóstolos, manteve-se firme em comunhão com ele e os
irmãos da Igreja de Jerusalém, com quem aliás, sempre foi solidário , ao
organizar coletas que levava para a Igreja mãe.
São Paulo é o modelo fiel do cristão autêntico, que faz a
experiência com Jesus, se encanta com o seu ensinamento, desfaz o seu projeto de
vida por causa dele e torna-se um fiel seguidor do evangelho, dando por ele a
própria vida como aconteceu em seu martírio.São Paulo sempre acreditou nas
comunidades, mesmo quando havia indícios de desunião, problemas internos,
contendas e divisões, acreditava nas pessoas e mantinha com elas uma boa
relação, mesmo que se tratasse de Pedro, que tinha uma linha mais
tradicionalista, causa de algumas divergências bastante sérias entre ambos mas
Paulo nunca deixou de amá-lo por causa disso. Ele mesmo manifestava essa sua
flexibilidade, quando afirmava que se fazia um com todos e não tinha dificuldade
de conviver com as pessoas. Outra coisa importante na pessoa de Paulo, é que ele
promoveu uma ação evangelizadora em ambiente hostil á Cristo e ao seu evangelho,
era corajoso e nunca teve medo de anunciar a Verdade.
Isso nos leva a pensar que muitas vezes somos negligentes,
quando ficamos esperando que as pessoas venham procurar nossa pastoral ou
movimento, parece que a gente não se sente seguro para falar do evangelho no
meio do mundo, lá onde as pessoas precisam escutar esse anúncio, porque achamos
que não vão gostar e que algumas vão ser contra. Se São Paulo pensasse assim,
milhares de pessoas, ontem e hoje, não teriam conhecido a Jesus.
São Pedro é chamado o príncipe dos apóstolos, isso é, aquele
que iniciou o apostolado, e vemos no evangelho de hoje, porque o próprio Cristo
o constituiu chefe da sua igreja. Ele conseguiu enxergar em Jesus algo muito
mais do que se falava, o povo via nele um Messias Profeta, comparável a João
Batista ou a Elias, outro grande profeta na História de Israel, mas esse
pensamento era fruto de uma ideologia, e a era messiânica que todos aguardavam
com ansiedade, representava uma nova política, uma inversão do quadro, o Messias
era um libertador Político, enviado por Deus sim, porém, com uma missão
terrena.
O apóstolo Pedro, que fala em nome do grupo, consegue fazer
essa transição, do Messias Histórico e Ideológico, para o Messias Espiritual,
ele não era enviado por Deus mas sim o próprio Deus. O que Jesus falava e fazia,
todos viam, e a partir disso embalavam o sonho e a esperança de dias melhores
para o povo de Israel, mas sempre em uma perspectiva terrena.
A confissão de Pedro manifesta pela primeira vez no meio do
grupo, a Fé em uma Salvação que supera toda e qualquer realização humana, onde o
homem atinge a plenitude do seu ser, divinizando aquilo que é humano. Cesaréia
de Filipe é terra de pagãos, cercado por rochas sobre as quais há edificações
habitadas pela elite do império romano. A igreja de Cristo está no meio do
mundo, porém edificada sobre a fé professada por toda comunidade, que tem como
base a fé professada por Pedro, naquele dia.
Como Pedro e Paulo, que sejamos nessa igreja um apoio seguro
para os que ainda não crêem, porque não conhecem a Cristo e acima de tudo, nunca
nos esqueçamos de que Jesus Cristo edificou o reino sobre pessoas como Pedro e
Paulo, instrumentos aparentemente fracos, mas que pela ação da graça operante e
santificante do Batismo que receberam, tornaram-se perenes, transpondo
fronteiras e todas as barreiras que separa os homens, para anunciar Jesus
Cristo, o Filho de Deus, aquele que plenificou o nosso existir. (São Pedro e São
Paulo MATEUS 16, 13-19)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail cruzsm@uol.com.br
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail cruzsm@uol.com.br
2. Tu és o Filho de Deus vivo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Os três evangelhos sinóticos, Marcos, Mateus e Lucas, narram
esta controvertida passagem da "confissão de Pedro", cada um deles imprimindo
suas interpretações teológicas pessoais a suas narrativas. Nos evangelhos de
Marcos e Lucas, a resposta de Pedro à pergunta de Jesus sobre sua identidade é
breve: "Tu és o Cristo (messias)", e merece a repreensão de Jesus.
Pedro e os demais discípulos acreditavam que Jesus seria o
messias político esperado, que daria ao povo judeu a glória e o poder sobre as
demais nações, como um novo Davi, conforme a imagem elaborada pela tradição do
Primeiro Testamento. Jesus censura Pedro por esta compreensão e procura
demovê-la da mente dos discípulos.
Mateus modifica a narrativa original de Marcos e também adotada
por Lucas. Ele dá um novo sentido à resposta de Pedro, à qual acrescenta a
proclamação "Filho de Deus vivo". Segue-se a fala de Jesus confirmando a
profissão de seu messianismo celeste, ao elogiar a fala de Pedro, declarando-a
como revelação divina.
Com o acento sobre o caráter messiânico cristológico de Jesus,
Mateus dá uma resposta às suas comunidades, oriundas do judaísmo. Ele escreve na
década de 80, depois da destruição do Templo de Jerusalém, quando os cristãos
inseridos na comunidade judaica estavam sendo expulsos das sinagogas, que até
então frequentavam. Ele pretende convencê-los de que em Jesus se realizavam suas
esperanças messiânicas moldadas sob a antiga tradição de Israel, de modo a não
se intimidarem sob as ameaças e repressão da sinagoga e permanecerem na
comunidade cristã.
Com a visão teológica de Mateus ficam estabelecidas duas
identidades para Jesus: uma, é "o filho do homem", o simples Jesus de Nazaré,
inserido na humanidade, na sua humildade, e presente entre ela até o fim dos
tempos, porém, dignificando-o e divinizando-o; a outra é o "cristo" ou "messias"
(cristo do grego, messias do hebraico, significando "ungido"), que é o Jesus
ressuscitado, manifestado em glória nos céus, acima dos poderes celestiais, de
onde virá para o julgamento final.
Embora no Segundo Testamento se perceba conflitos entre Pedro e
Paulo (cf., p. ex., Gl 2,11-14), a liturgia os reúne em uma só festa. Pedro é
lembrado pelo seu testemunho corajoso diante da perseguição (primeira leitura) e
Paulo, por seu empenho missionário em territórios da diáspora judaica (segunda
leitura).
Oração
Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.
Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.
3. O BEM-AVENTURADO
PEDRO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A figura de Pedro foi importante na articulação da comunidade
primitiva. Ele foi escolhido para ser o fundamento dessa comunidade reunida pela
fé na pessoa de Jesus. Foi-lhe dada autoridade em vista da ação que iria
desenvolver. Foi-lhe assegurado que, sob sua liderança, as poderosas forças do
mal seriam incapazes de suplantar a Igreja de Cristo.
A terminologia usada por Jesus evoca a parábola das duas casas,
uma construída sobre uma rocha firme, ao passo que a outra, sobre a areia. Não é
necessário muito esforço para compreender o destino de cada uma, ao sobrevirem
as chuvas e as tempestades.
A troca do nome de Simão para Pedro é, por isso, carregado de
simbolismo. Nele se concentravam as expectativas do Mestre, a respeito da futura
comunidade de discípulos. E, também, era uma clara demonstração da confiança que
nele depositava. Mesmo conhecendo o caráter impetuoso de Pedro, e sua tendência
a vacilar nos momentos de dificuldade, Jesus o escolheu para guia da comunidade.
Sobre ele podia ser edificada, com firmeza, a Igreja!
A confiança que Jesus depositou em Pedro decorreu do fato de
ter sido objeto da predileção divina. Sua confissão de fé - "Tu és o Cristo!" -
não resultou de sabedoria humana, nem tampouco do empenho pessoal para
reconhecê-lo. Foi, sim, obra da revelação do Pai. E ele, na certa, continuará a
inspirá-lo e revelar-lhe a identidade do Messias Jesus.
Oração
Espírito de fé no testemunho apostólico, como Pedro, faze-me sensível para acolher a revelação do Pai e reconhecer Jesus como "o Cristo de Deus".
Espírito de fé no testemunho apostólico, como Pedro, faze-me sensível para acolher a revelação do Pai e reconhecer Jesus como "o Cristo de Deus".
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