Os dois grupos de pessoas mencionados por São Mateus neste
evangelho, embora de conduta tão diferente e destino também, tem algo em comum :
o fator surpresa, manifestado na interrogação “Quando foi que te vimos?”. Claro
que para o primeiro grupo, foi uma surpresa agradável... para o segundo, nem
tanto...
Certamente que, refletindo esse evangelho, todos nós tenhamos a
tentação de olharmos para as pessoas que conhecemos, principalmente as da nossa
comunidade, e já vamos apontando o dedo em histe “essa aí não vai ouvir o
“Vinda, benditos do meu Pai”. E provavelmente façamos um esforço para relacionar
nossas boas obras a favor dessas categorias de pessoas citadas no evangelho,
justificando assim a nossa pertença ao primeiro grupo. Uma postura dessa ordem é
a mais pura hipocrisia.
A verdade é que, ora somos do primeiro grupo, ora do segundo,
senão vejamos... Quando vivemos a Fé que celebramos, e testemunhamos o
evangelho, reconhecemos o Cristo no outro, principalmente nos mais carentes, ás
vezes eles estão bem ao nosso lado, na família e na comunidade. Ninguém precisa
sair procurando em lugares distantes, pois, senão vemos Cristo em quem está ao
nosso lado, naqueles que estão longe, muito menos...
O ensinamento corrige a mentalidade Judaica, de que a Salvação
era apenas para os Justos que tinham uma conduta irrepreensível no ambiente
religioso, neles, e somente neles Deus estava presente, porque eram dignos de
ter essa presença. Serve também, de alerta para todos nós que muitas vezes
queremos restringir o Sagrado ao ambiente religioso de nossas igrejas e nos
esquecemos de que Ele está primeiramente nas pessoas com quem nos relacionamos,
principalmente nos pequenos, que manifestam alguma carência.
Portanto, ao andarmos por aí, no trânsito, no ônibus, no
trabalho, na escola, na família, enfim, onde estivermos, sejamos capazes de
perceber essa presença na Vida Humana, e o segredo para tanto é olhar para as
pessoas e os acontecimentos, com os olhos de Deus.
Caso contrário, o nosso encontro definitivo com Deus, nos trará
uma surpresa não muito desagradável, arrogantes iremos até querer retrucar “Mas
Senhor, eu não saia da Igreja, minha vida era a pastoral ou o movimento, tinha
esse ou aquele ministério, fui ministro, catequista, padre, Bispo, Diácono”. Não
adianta... Iremos dar com o “nariz na porta do céu” e ouviremos as palavras
aterradoras “Afastai-vos de mim...”
Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Oração
Pai, reforça minha disposição para amar e servir meus semelhantes, sobretudo, os mais pobres e marginalizados. Esta será a única forma de me preparar para o encontro com Jesus.
Pai, reforça minha disposição para amar e servir meus semelhantes, sobretudo, os mais pobres e marginalizados. Esta será a única forma de me preparar para o encontro com Jesus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário