quarta-feira, 31 de julho de 2013

Evangelho do dia - (Mateus 13,44-46)

 
Naquele tempo, Jesus disse à multidão: 13 44 O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo. 45 O Reino dos céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. 46 Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra".

- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do evangelho - O Reino de Deus é para todos

 
Esta parábola proclama uma grande verdade. Quando encontramos aquilo que valorizamos como o maior tesouro de nossa vida, sempre vendemos tudo o que temos e nos agarramos ao que encontramos. Pela simples razão de que essa troca vale a pena para nós, porque não temos a sensação de perder nada, mas sim nos acontece exatamente o contrário: ganhamos o que nos interessa. A única questão, que deveríamos propor a nós mesmos seria: O que é que verdadeiramente é um tesouro para nós? A família? A segurança econômica? O bem-estar dos irmãos? Triunfar a qualquer preço?
 
     Muda-se o contexto, mudam-se os ouvintes, provavelmente Jesus acabou de chegar do campo e entrou na cidade, lá na zona rural o Reino era semente e fermento, agora na cidade ele é um tesouro e uma pérola preciosa. A diferença entre as duas parábolas é que agora, descobrindo este reino dentro de si, é preciso tomar a decisão: que importância tem o Reino na minha vida? Jesus e seu evangelho é apenas mais uma Filosofia de Vida entre tantas, ou é o único? O Reino de Deus não é uma mercadoria exposta na vitrine, em meio a outras.
 
     Ao descobrir o tesouro escondido em um sítio, o homem da primeira parábola o escondeu de novo. Ninguém sabia que ele já tinha descoberto o tesouro, era alguém em meio a multidão, porém sentia-se especial pois o tesouro descoberto tornara-se a coisa mais importante da sua vida, mas para que fosse seu, teria de abrir mão de tudo o mais que possuía e foi o que fez...
 
     Mas qual a diferença entre as duas parábolas que parecem tão iguais? Na primeira, o homem encontrou o tesouro por acaso, e na segunda o negociante estava à procura de uma preciosidade. Isso significa dizer que de algum modo, Deus revela o seu reino a todos os homens, nenhum ser humano passará por esta vida sem que a Graça de Deus o toque e o alcance. É uma ocasião única que ele deve aproveitar bem, descobrindo que vale a pena relativizar tudo nesta vida, aceitando como absoluto apenas Deus e os desígnios do seu Reino, que Jesus um dia plantou no meio de nós.
 
     Ocorre que muitas vezes, jogamos toda a nossa existência fora, por causa de “quinquilharias” que nada valem, ou de certas pérolas reluzentes, mas que são falsas e não tem valor algum e que passamos vida inteira correndo atrás.
 
Diácono José da Cruz  
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
 
ORAÇÃO
Pai, que eu seja decidido e rápido em desfazer-me do que me impede de acolher plenamente o teu Reino. Que meu coração nunca se apegue a coisa alguma deste mundo
.

Santo do dia - Santo Inácio de Loyola


Neste dia celebramos a memória deste santo que, em sua bula de canonização, foi reconhecido como tendo "uma alma maior que o mundo".
 
     Inácio nasceu em Loyola na Espanha, no ano de 1491, e pertenceu a uma nobre e numerosa família religiosa (era o mais novo de doze irmãos), ao ponto de receber com 14 anos a tonsura, mas preferiu a carreira militar e assim como jovem valente entregou-se às ambições e às aventuras das armas e dos amores. Aconteceu que, durante a defesa do castelo de Pamplona, Inácio quebrou uma perna, precisando assim ficar paralisado por um tempo; desse mal Deus tirou o bem da sua conversão, já que depois de ler a vida de Jesus e alguns livros da vida dos santos concluiu: "São Francisco fez isso, pois eu tenho de fazer o mesmo. São Domingos isso, pois eu tenho também de o fazer".
 
     Realmente ele fez, como os santos o fizeram, e levou muitos a fazerem "tudo para a maior glória de Deus", pois pendurou sua espada aos pés da imagem de Nossa Senhora de Montserrat, entregou-se à vida eremítica, na qual viveu seus "famosos" Exercícios Espirituais, e logo depois de estudar Filosofia e Teologia lançou os fundamentos da Companhia de Jesus. A instituição de Inácio iniciada em 1534 era algo novo e original, além de providencial para os tempos da Contra-Reforma. Ele mesmo esclarece: "O fim desta Companhia não é somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e perfeição da alma própria, mas, com a mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo".
 
     Com Deus, Santo Inácio de Loyola conseguiu testemunhar sua paixão convertida, pois sua ambição única tornou-se a aventura do salvar almas e o seu amor a Jesus. Foi para o céu com 65 anos e lá intercede para que nós façamos o mesmo agora "com todo o coração, com toda a alma, com toda a vontade", repetia.
 
     Santo Inácio de Loyola, rogai por nós! 

terça-feira, 30 de julho de 2013

CARTA MCC BRASIL – AGO 2013 (168ª.)

Ele chamou os Doze, começou a enviá-los dois a dois 
e deu-lhes pode sobre os espíritos impuros” (Mc 6,7).
“O Senhor escolheu outros setenta e dois e enviou-os, dois a dois, à sua frente  a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir”. (Lc 10,1). 
 
Muito amados irmãos e irmãs, benevolentes leitores de nossas reflexões mensais: 
 
Como fazemos todos os meses, também neste mês de agosto vamos beber, na fonte cristalina da Palavra de Deus acima, a inspiração para nossas reflexões e o estímulo e força para pô-las em prática. Dois momentos se destacam nesta Carta: o primeiro lembrando algumas palavras do Papa Francisco na Missa de Envio no último dia da Jornada Mundial da Juventude, e o segundo tratando de fazer presente a característica do mês de agosto na Igreja do Brasil, como sendo o Mês das Vocações. 
 
1. A presença do Papa Francisco na JMJ ainda ressoa.  Sem voltar a todos os pronunciamentos do Papa durante sua permanência de uma semana para a Jornada Mundial da Juventude (o que, aliás, seria impossível e, até, inoportuno, fazer aqui), tendo como pano de fundo seu próprio testemunho de vida abundantemente demonstrado nesses dias, proponho à nossa reflexão três mensagens principais, definidas por ele como “três palavras“, durante a homilias da última missa celebrada na JMJ na presença de mais de três milhões e quinhentas mil pessoas, chamada de “Missa de Envio”.
 
a) Compartilhar a fé. A primeira delas falou de partilha: “A experiência desse encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde. A fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história”. E continuou enfatizando ainda mais: “Saiam às ruas, como fez Jesus”. E foi incisivo até o extremo: “Se a Igreja não sair às ruas, ela se converte numa ONG”!
 
b) Combater o medo de evangelizar. A segunda mencionou o medo de evangelizar, que deve ser combatido, de acordo com o papa, em conjunto. “Quando enfrentamos juntos os desafios, então somos fortes, descobrimos recursos que não sabíamos que tínhamos”, recomendou, ao mesmo tempo em que convocou a Igreja a apoiar os jovens.
 
c) “Servir” como Jesus serviu. A última etapa da mensagem foi dedicada ao “servir”. Francisco pediu aos jovens que a vida de cada um “se identifique com a vida de Jesus”, que seria uma “vida para os demais”. E, como já é quase uma constante em seus pronunciamentos, o Papa Francisco insistiu na “saída da Igreja para as ruas”, para as “periferias não só geográficas, mas existenciais”, isto é, para os inúmeros ambientes dos quais todos participamos.
 
Uma pergunta. Não podemos concluir essas considerações sem que fique, tanto para mim mesmo como para cada um dos leitores e leitoras, para os nossos Movimentos e Comunidades – e aqui faço especial referência ao Movimento de Cursilhos – uma pergunta clara e direta: Não seria este o momento mais do que oportuno para sair de nossos grupinhos mais ou menos fechados, ou da intimidade de nossas paróquias, e irmos “para as ruas” – como proclama o Papa –, para as “pequenas comunidades” tanto geográficas como “existenciais”? Por que, ao final das reuniões de nossos grupos, núcleos ou comunidades, após a tradicional indagação “o que mais me fez crescer hoje”, não acrescentamos outra pergunta ainda mais comprometedora: “a partir das minhas reflexões sobre a Bíblia, como testemunho de vida, fiz crescer as ‘periferias existenciais’ que me cercam e com as quais estou envolvido?”
 
2. Agosto, o mês das vocações.
Cada domingo do mês e a semana subsequente referem-se a um carisma próprio do chamamento:
1ª semana – Ministérios ordenados (bispos, presbíteros e diáconos);
2ª semana – Família (particularmente os pais);
3ª semana – Consagrados e Consagradas;
4ª semana – Leigos e leigas (com seus serviços e ministérios). 
Com essa disposição, fica muito clara a vocação laical que abrange não somente a participação nos serviços paroquiais como, sobretudo, o envolvimento prioritário do leigo e da leiga. Nesse contexto, não só é oportuno como absolutamente necessário lembrar algumas orientações do Magistério da Igreja que, parece, até agora não foram devidamente assimiladas e postas em prática, seja pelos que deveriam ser os primeiros interessados, os próprios leigos, seja pelos muitos membros da hierarquia (a começar por muitos senhores párocos e outros sacerdotes) que vêm nos leigos apenas prestadores de serviço em suas paróquias, autêntica mão de obra gratuita! Sem falar de um inteiro Documento dedicado à “Vocação e Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo” de João Paulo II, cito dois deles que deixo à reflexão dos meus leitores:
Os leigos, a quem a sua vocação específica coloca no meio do mundo e à frente de tarefas as mais variadas na ordem temporal, devem também eles, através disso mesmo, atuar uma singular forma de evangelização. A sua primeira e imediata tarefa não é a instituição e o desenvolvimento da comunidade eclesial, esse é o papel específico dos Pastores, mas sim, o pôr em prática todas as possibilidades cristãs e evangélicas escondidas, mas já presentes e operantes, nas coisas do mundo. O campo próprio da sua atividade evangelizadora é o mesmo mundo vasto e complicado da política, da realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos “mass media” e, ainda, outras realidades abertas para a evangelização, como sejam o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento. Quanto mais leigos houver impregnados do Evangelho, responsáveis em relação a tais realidades e comprometidos claramente nas mesmas, competentes para as promover e conscientes de que é necessário fazer desabrochar a sua capacidade cristã muitas vezes escondida e asfixiada, tanto mais essas realidades, sem nada perder ou sacrificar do próprio coeficiente humano, mas patenteando uma dimensão transcendente para o além, não raro desconhecida, se virão a encontrar ao serviço da edificação do reino de Deus e, por conseguinte, da salvação em Jesus Cristo” (nº 70 da Exortação Apostólica A Evangelização no Mundo Contemporâneo de Paulo VI).
 
Também o Documento de Aparecida refere-se explicitamente aos leigos e à sua vocação e missão: “Os fiéis leigos são ‘os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Eles realizam, segundo sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo’. São “homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja” (DAp 209) Mais: “Sua missão própria e específica se realiza no mundo, de tal modo que, com seu testemunho e sua atividade, eles contribuam para a transformação das realidades e para a criação de estruturas justas segundo os critérios do Evangelho. Além disso, eles têm o dever de fazer crível a fé que professam, mostrando autenticidade e coerência em sua conduta (id 210).
 
Concluo com um abraço fraterno a todos os meus leitores e leitoras, especialmente aos leigos e leigas, desejando que, sobretudo neste mês de agosto, quando, ao celebrarmos a Assunção de Maria, dela deveremos lembrar-nos como a primeira leiga discípula missionária de Jesus, a ser imitada por todos os seus filhos.
pe beraldo
Pe. José Gilberto BERALDO

Evangelho do dia - (Mateus 13,36-43)


 
13 36 Então despediu a multidão. Em seguida, entrou de novo na casa e seus discípulos agruparam-se ao redor dele para perguntar-lhe: Explica-nos a parábola do joio no campo.
37 Jesus respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38 O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do Maligno. 39 O inimigo, que o semeia, é o demônio. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos. 40 E assim como se recolhe o joio para jogá-lo no fogo, assim será no fim do mundo. 41 O Filho do Homem enviará seus anjos, que retirarão de seu Reino todos os escândalos e todos os que fazem o mal  42 e os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes. 43 Então, no Reino de seu Pai, os justos resplandecerão como o sol. Aquele que tem ouvidos, ouça.

- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do evangelho - Explicação necessária

 

      Os discípulos não compreenderam a parábola do joio e do trigo. Sendo assim, como acontecera com a parábola do semeador, Jesus percebeu ser necessário dar-lhes uma explicação. E o fez, identificando cada elemento da parábola, a partir do horizonte religioso dos discípulos.
 
     A perspectiva escatológica é patente na interpretação de Jesus. Ou seja, decifra-se o sentido da parábola, a partir do fim do mundo. Só então não haverá dúvida de quem, ao longo da vida, comportou-se como filho do Reino, identificado com o trigo, e quem se comportou como filho do Maligno, identificado com o joio. A diversidade de filiação depende do direcionamento do coração humano.
 
     Quem dirigiu seu coração para Jesus e permitiu que a semente plantada por ele produzisse frutos de amor e justiça, haverá de brilhar como Sol, junto do Pai. Quem, pelo contrário, optou por abrir o coração ao demônio e deixá-lo plantar aí sua semente e, por conseguinte, entregou-se a uma vida de escândalos e iniqüidades, pode contar com a condenação.
 
     A parábola visava alertar os discípulos. Nada impedia que o demônio lançasse sua semente também em seus corações, desviando-os do caminho do amor e lançando-os nas sendas da injustiça. Se fossem suficientemente inteligentes, não teriam dificuldade em reconhecer para onde estavam caminhando.
 
Pe. Jaldemir Vitório
 
Oração
Senhor Jesus, dá-me inteligência para reconhecer e repelir a ação do maligno, como também para acolher, com amor, a boa semente que queres plantar em meu coração.

Santo do dia - São Pedro Crisólogo


     O santo deste dia nasceu em Ímola, na Itália, no ano de 380 e "aproveitou" sua vida, gastando-se totalmente pelo Evangelho, a ponto de ser reconhecido pela Igreja como Doutor da Igreja (isto se deu em 1729, pelo Papa Bento XIII). São Pedro Crisólogo tinha este nome por ter se destacado principalmente pelo dom da pregação – Crisólogo significa 'O homem da palavra de ouro' (este cognome lhe foi dado a partir do séc IX).
 
     Diante da morte do bispo de Ravena, o escolhido para substituí-lo foi Pedro, que neste tempo vivia num convento, aonde queria oferecer-se como vítima no silêncio; mas os planos do Senhor fizeram dele bispo. Pastor prudente e zeloso da Igreja usou do dom da pregação como instrumento do Espírito para a conversão de pagãos, hereges e cristãos indiferentes na vivência da própria fé.
 
     São Pedro Crisólogo, com o seu testemunho de santidade, conhecimento das ciências teológicas e dom de comunicação venceu a heresia do Monofisismo, a qual afirmava Jesus ter apenas uma só natureza, e não a misteriosa união da natureza divina e humana como o próprio nos revelou. Um homem que tinha o pecado no coração, porém, Pedro lutou com as armas da oração, jejum e mortificações para assim desfrutar e transmitir pela Palavra o tesouro da graça, isto até entrar na Glória Celeste em 450.
 
São Pedro Crisólogo, rogai por nós! 

Abraçados por Francisco


Papa Francisco deixou muito claro que não tem medo de navegar contra a correnteza

     Papa Francisco, à primeira vista, é apenas um daqueles casos raros em que, mesmo conhecendo-se alguém a tão pouco tempo, temos a impressão de uma amizade antiga. Esse pensamento, que certamente penetrou os corações de milhões de brasileiros, tem sentido, pois conhecemos Francisco há dois mil anos, desde que Nosso Senhor, perguntando a São Pedro se ele O amava, ouviu aquele sincero “Sim, Senhor, tu sabes tudo. Tu sabes que te amo!”.

     Foi ali que Pedro, e também Francisco, ganharam nossos corações, pois receberam de Jesus o mandato de apascentarem cada um de nós, Suas ovelhas. Conhecemos Francisco, pois a ovelha conhece a voz do Pastor. Foi assim que milhões delas acorreram ao Rio de Janeiro e tantas outras acompanharam pelos meios de comunicação.

     Esse foi justamente o cartão de visitas do Papa, que pediu aos brasileiros licença para entrar em seus corações. Francisco deixou bem claro que vinha em nome de Jesus – o Cristo integral – o mesmo de Pedro, que ele trazia, agora, a cada um de nós! Sua mensagem foi sólida como deve ser a rocha sobre a qual se constrói a Igreja, contrariando as expectativas daqueles que, como já nos advertia Leão XIII, têm uma “sede de inovações, que há muito tempo se apoderou das sociedades e as tem numa agitação febril” (Rerum Novarum, n. 1).

     Reunido com os jovens argentinos, o Papa foi mais longe: disse que podemos espremer uma laranja ou uma maçã, mas não a Fé: “A fé é integral, não se espreme. É a fé em Jesus. É a fé no Filho de Deus feito homem, que me amou e morreu por mim”. Assim, o Papa Francisco conseguiu a síntese perseguida pelo Concílio Vaticano II: comunicar a Fé de sempre com a linguagem própria dos tempos atuais.

     Para fazer isso, Papa Francisco deixou muito claro que não tem medo de navegar contra a correnteza, ou seja, que não devemos abandonar a fé para parecermos agradáveis às pessoas ou ao modo de ser do nosso tempo. Na missa celebrada com os bispos, padres e seminaristas, pediu que “tivessem o valor de ir contracorrente dessa cultura”. Francisco não demonstrou apenas ter coragem de falar e agir contra esse modo corrente de pensar; pediu que cada um de nós fizesse o mesmo, levando, de modo especial, os valores incondicionais da vida e da família.

     Com isso, o Papa recorda que, na verdade, a Fé sempre contribuiu para a elevação cultural dos povos, pois ela parte de uma concepção plena da pessoa humana, revelada em Nosso Senhor, fato que o Santo Padre lembrou como próprio também da cultura brasileira, “que recebeu também a seiva do Evangelho, a fé em Jesus Cristo, o amor a Deus e a fraternidade com o próximo” . Segundo Francisco, é justamente o resgate desse traço tão importante da nossa cultura que pode ser “um processo construtor de um futuro melhor para todos”.

     O Papa nos trouxe também os aspectos característicos da autêntica caridade evangélica em palavras e atos. Sua opção pelos pobres não é de ordem materialista ou revolucionária: longe disso, ela é pessoal. Diante da pobreza e da marginalização, o Papa não nos pediu discursos ou análises conjunturais, mas as Obras da Misericórdia (o Papa recomendou que se lesse o Capítulo 25 de São Mateus), pois, do contrário, alertou o Papa, a Igreja se transformaria em uma ONG. Nada contra as ONG’s, mas, definitivamente, o Papa deixa claro que o papel central da Igreja é apresentar a redenção da humanidade, conquistada pelo Sangue precioso de Nosso Senhor.


     Ocorre que aquele que tem um encontro com a Pessoa de Nosso Senhor não suporta mais a indiferença em relação aos que sofrem. No entanto, agem assim, pois veem nos sofredores, “a Carne de Cristo”, como lembrou o Santo Padre na Visita ao Hospital São Francisco de Assis. Agem assim, pois estão alicerçados na Esperança Cristã – de longe a palavra mais utilizada pelo Santo Padre, 38 vezes, no total – segundo a qual temos uma certeza expectante de uma vida eterna no céu, o que nos permite gastar esta vida terrena servindo a Deus na pessoa do próximo, daqueles que mais precisam.

     Foi seguindo esse caminho que, nos últimos dois mil anos, tantos e tantos católicos gastaram a vida construindo a maior obra de caridade que a história já viu ou verá. Fizeram assim, pois estão alicerçados em uma Fé, que lhes dá Esperança e lhes impulsiona para o Amor. Francisco também não se esqueceu de uma das mais altas formas de caridade, quando advertiu que somos responsáveis por formar uma geração de pessoas capazes de “reabilitar a política” e de “trazer uma visão mais humanista à economia”. Como prometera em seu primeiro discurso, o Papa Francisco realmente nos abraçou e abraçou também, com seus gestos e palavras, todas as mais profundas esferas da existência humana.


Evandro Guassi - Professor nas áreas de Direito, Filosofia, Política e Doutrina Social da Igreja.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Evangelho do dia - (João 11,19-27)

Naquele tempo, 11 19 muitos judeus tinham vindo a Marta e a Maria, para lhes apresentar condolências pela morte de seu irmão. 20 Mal soube Marta da vinda de Jesus, saiu-lhe ao encontro. Maria, porém, estava sentada em casa. 21 Marta disse a Jesus: "Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido! 22 Mas sei também, agora, que tudo o que pedires a Deus, Deus te concederá". 23 Disse-lhe Jesus: "Teu irmão ressurgirá". 24 Respondeu-lhe Marta: "Sei que há de ressurgir na ressurreição no último dia". 25 Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. 26 E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. Crês nisto?" 27 Respondeu ela: "Sim, Senhor. Eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que devia vir ao mundo".

 - Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do evangelho - Senhor, eu creio ...

Jesus revela para Marta que ele é a ressurreição e a vida e que aquele que crê  nele, ainda que esteja morto, viverá. Crer em Jesus é fundamental para arrancar de nosso coração a morte e seus sinais. Basta examinarmos nossa vida. Odeio quem esbarra em mim, quem me impede de andar com mais velocidade, o mendigo que me pede uma esmola, enfim, só penso em mim, não perdoo e tenho um coração de pedra? Sou um "morto” ambulante. Jesus me ressuscitará pelo amor gratuito aos irmãos, mas tenho de tomar coragem, sair de mim
para ser feliz.
 
      Com a chegada de Jesus, Marta vai ao seu encontro, enquanto sua irmã, Maria, permanece sentada. Marta se destaca do grupo, formado pela irmã e pelos judeus, caracterizado pelo luto. Deixando o grupo para ir ao encontro do Senhor, Marta dissocia-se do luto e se coloca do lado do Senhor dos vivos. Diante de Jesus, ela se coloca como uma mulher de fé que confia em Jesus: "Senhor, se estivesses estado aqui… Mesmo assim, eu sei que tudo o que pedires a Deus, ele te concederá" (vv. 21.22).
 
      A intervenção confiante de Marta é constituída de uma dupla fórmula: a presença de Jesus teria livrado o seu irmão da morte e a presença de Jesus permite reavivar toda a esperança. "Teu irmão ressuscitará" (v. 23), diz Jesus. Diante disso, Marta afirma a sua adesão ao credo do judaísmo sobre a ressurreição (cf. v. 24).
 
      Mas ante à nova afirmação de Jesus, "Eu sou a Ressurreição e a vida", ela supera a fé judaica na ressurreição, para professar: "Eu creio…" (v. 27). É exatamente nisso que ela é cristã. O diálogo de Jesus com Marta é o cume do capítulo 11. A profissão de Marta equivale à de Pedro, em Jo 6,69.
 
Carlos Alberto Contieri, sj
 
ORAÇÃO
Pai, que o meu agir não seja movido por um ativismo insensível à palavra de Jesus. Antes, seja toda a minha ação decorrência da escuta atenta desta palavra.

Santo do dia - Santa Marta


     Hoje lembramos a vida de Santa Marta, que tem seu testemunho gravado nas Sagradas Escrituras. Padres e teólogos encontram em Marta e sua irmã Maria, a figura da vida ativa (Marta) e contemplativa (Maria). O nome Marta vem do hebraico e significa "senhora".
 
     No Evangelho, Santa Marta apresenta-se como modelo ativo de quem acolhe: "… Jesus entrou em uma aldeia e uma mulher chamada Marta o recebeu em sua casa" (Lc 10,38).
 
      Esta não foi a única vez, já que é comprovada a grande amizade do Senhor para com Marta e seus irmãos, a ponto de Jesus chorar e reviver o irmão Lázaro.
 
     A tradição nos diz que diante da perseguição dos judeus, Santa Marta, Maria e Lázaro, saíram de Bethânia e tiveram de ir para França, onde se dedicaram à evangelização. Santa Marta é considerada em particular como patrona das cozinheiras e sua devoção teve início na época das Cruzadas.
 
Santa Marta, rogai por nós! 
 
      As Escrituras contam que, em seus poucos momentos de descanso ou lazer, Jesus procurava a casa de amigos em Betânia, local muito agradável há apenas três quilômetros de Jerusalém. Lá moravam Marta, Lázaro e Maria, três irmãos provavelmente filhos de Simão, o leproso. Há poucas mas importantíssimas citações de Marta nas Sagradas Escrituras.
      É narrado, por exemplo, o primeiro momento em que Jesus pisou em sua casa. Por isso existe a dúvida de que Simão fosse mesmo o pai deles, pois a casa é citada como se fosse de Marta, a mais velha dos irmãos. Mas ali chegando, Jesus conversava com eles e Maria estava aos pés do Senhor, ouvindo sua pregação. Marta, trabalhadora e responsável, reclamou da posição da irmã, que nada fazia, apenas ouvindo o Mestre. Jesus aproveita, então, para ensinar que os valores espirituais são mais importantes do que os materiais, apoiando Maria em sua ocupação de ouvir e aprender.
      Fala-se dela também quando da ressurreição de Lázaro. É ela quem mais fala com Jesus nesse acontecimento. Marta disse a Jesus: "Senhor, se tivesses estado aqui, o meu irmão não teria morrido. Mas mesmo agora, eu sei que tudo o que pedires a Deus, Deus dará".
      Trata-se de mais uma passagem importante da Bíblia, pois do evento tira-se um momento em que Jesus chora: "O pranto de Maria provoca o choro de Jesus". E o milagre de reviver Lázaro, já morto e sepultado, solicitado com tamanha simplicidade por Marta, que exemplifica a plena fé na onipotência do Senhor.
      Outra passagem é a ceia de Betânia, com a presença de Lázaro ressuscitado, uma prévia da última ceia, pois ali Marta serve a mesa e Maria lava os pés de Jesus, gesto que ele imitaria em seu último encontro coletivo com os doze apóstolos.
 
      Os primeiros a dedicarem uma festa litúrgica a Santa Marta foram os frades franciscanos, em 1262, e o dia escolhido foi 29 de julho. Ela se difundiu e o povo cristão passou a celebrar santa Marta como a Padroeira dos Anfitriões, dos Hospedeiros, dos Cozinheiros, dos Nutricionistas e Dietistas.

domingo, 28 de julho de 2013

Evangelho do dia - (Lucas 11,1-13)



11 1 Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. Terminando a oração, disse-lhe um de seus discípulos: "Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos". 2 Disse-lhes ele, então: "Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso Reino; 3 dai-nos hoje o pão necessário ao nosso sustento; 4 perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos àqueles que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação". 5 Em seguida, ele continuou: Se alguém de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: "Amigo, empresta-me três pães, 6 pois um amigo meu acaba de chegar à minha casa, de uma viagem, e não tenho nada para lhe oferecer; 7 e se ele responder lá de dentro: 'Não me incomodes; a porta já está fechada, meus filhos e eu estamos deitados; não posso levantar-me para te dar os pães'; 8 eu vos digo: no caso de não se levantar para lhe dar os pães por ser seu amigo, certamente por causa da sua importunação se levantará e lhe dará quantos pães necessitar.
9 E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. 10 Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá. 11 Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente? 12 Ou se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á porventura um escorpião? 13 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem".
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - A Misericórdia do Pai Celeste

 
      O traço mais característico do Pai, transmitido nos Evangelhos, é a misericórdia. Por isso, ao ensinar os discípulos a rezar, Jesus revela-lhes o rosto misericordioso do Pai, e os exorta a contar sempre com ele. Um dado fundamental: é preciso ser perseverante, quando se trata de recorrer ao Pai. Só ele conhece o momento oportuno de atender a quem lhe pede ajuda. Contudo, ninguém perde por esperar.
 
     A argumentação de Jesus funda-se na insuperável misericórdia divina. Se nenhum pai humano, por pior que seja, responderia à súplica de um filho, dando-lhe algo nocivo, quanto mais o Pai celeste. Sua bondade infinita responde generosamente a quem lhe suplica. E ninguém fica decepcionado, pois é garantida a sua intervenção em favor de seus filhos.
 
      A oração do Pai-Nosso é o resumo de tudo de que há de bom e que o discípulo pode desejar obter do Pai. Para rezá-lo, o orante deverá despojar-se de suas ambições pessoais e sintonizar-se com a misericórdia divina. Por isso, seu desejo é ver santificado o nome do Pai celeste, e concretizado seu Reino, na história humana. Seus anseios abrem-se para as relações interpessoais e se manifestam na esperança de ver o pão ser partilhado entre todos, os pecados, perdoados, e o ser humano, livre das insídias do Maligno. Só um coração misericordioso, à imitação do Pai, poderá nutrir tais desejos!
 
Pe. Jaldemir Vitório
 
Oração
Espírito que despoja do egoísmo, sintoniza-me com a misericórdia do Pai, tirando de mim tudo quanto me fecha nos estreitos limites de minhas ambições pessoais.

Santo do dia - São Celestino


     Com satisfação nós lembramos da santidade do Papa Celestino I, que governou a Igreja dos anos 422 até 432. Ele nasceu na Itália e, ao ser escolhido para governar a Igreja do Cristo, usou muito bem o cajado da justiça e paz.
 
     No tempo dele havia a auto-suficiência do Pelagianismo que, embora condenado no Concílio de Cartago, perdurava querendo "contaminar" os cristãos, pois afirmava uma "auto salvação".
 
     Combatente também contra a heresia do Nestorianismo – que afirmava ter Jesus duas naturezas e duas pessoas – São Celestino fez de tudo para condenar o erro e pecado sem deixar de amar o errado e o pecador; assim viveu na santidade, até entrar na eterna casa dos santos em 432.
 
São Celestino, rogai por nós! 

sábado, 27 de julho de 2013

Evangelho do dia - Mt 13,24-30



Jesus apresentou-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é como alguém que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi embora. Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. Os servos foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os servos perguntaram ao dono: ‘Queres que vamos retirar o joio?’ ‘Não!’, disse ele. ‘Pode acontecer que, ao retirar o joio, arranqueis também o trigo. Deixai crescer um e outro até a colheita. No momento da colheita, direi aos que cortam o trigo: retirai primeiro o joio e amarrai-o em feixes para ser queimado! O trigo, porém, guardai-o no meu celeiro!’”
 
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do evangelho - A boa semente


Jesus conta mais uma parábola de cunho agrícola.
Compara o reino do céu como um
semeador que semeia boas sementes de trigo.
  
    Conta que apareceu também um inimigo, à noite, sem que ninguém o visse, e semeou no meio do trigo uma erva ruim chamada joio. E foi embora. Tanto o trigo como o joio cresceram. O que fazer? Arrancar o joio? Não, diz o homem. Se arrancar o joio, pode arrancar também o trigo. Manda que deixem crescer os dois até a colheita. Então, poderão arrancar primeiro o joio e queimá-lo. Depois colherão o trigo que será armazenado. O que Jesus quer dizer com esta parábola?

     Jesus lembra que é um desafio anunciar o Evangelho. Não devemos nos preocupar com aqueles que divulgam o erro. Deve-se ter o cuidado para não deturpar, distorcer a Palavra, transformando-a em erva daninha.
    
      O grande biblista Carlos Mesters, assim comenta: "O joio e trigo crescem juntos. A Palavra de Deus que faz nascer a comunidade é semente boa, mas dentro das comunidades sempre aparecem coisas que são contrárias à Palavra de Deus. De onde vêm?"
    
     O joio é o inimigo que se infiltra na comunidade. Quem é este inimigo? O inimigo, o adversário, Satanás ou diabo (Mt 13, 39), é aquele que divide, que desvia. A tendência de divisão existe dentro de cada um de nós. O desejo de dominar, de se aproveitar da comunidade para subir e tantos outros desejos interesseiros divisionistas, são do inimigo que dorme dentro de cada um de nós e dentro da comunidade, da família, da Igreja.
    
     Paciência e lucidez é o que se recomenda ao constatar a ambigüidade, essa mistura do bem e do mal. Pensavam: “Se deixarmos todo o mundo dentro da comunidade, perdemos nossa razão de ser! Perdemos a identidade!” Queriam expulsar os que pensavam de modo diferente. Mas esta não é a decisão do Dono do terreno. Ele diz: “Deixa crescer juntos até a colheita!” O que vai decidir não é o que cada um fala e diz, mas o que cada um vive e faz. É pelo fruto produzido que Deus nos julgará. A força e o dinamismo do Reino se manifestam na comunidade. Mesmo sendo pequena e cheia de contradições, ela é um sinal do Reino. Mas ela não é dona do Reino, nem pode considerar-se justa.

     A parábola do joio e do trigo explica a maneira como a força do Reino age na história. É preciso ter paciência e aprender a conviver com as contradições e as diferenças, mesmo tendo uma opção clara pela justiça do Reino.
 
Pai, enche de misericórdia o meu coração para que, como Jesus, eu me solidarize com os pecadores, e procure atraí-los para ti.
 
 

Santo do dia - São Clemente de Ochrida


      Clemente é chamado "de Ochrida" pela sua forte ligação com aquela cidade. Mas é também conhecido como "o búlgaro", e todos os títulos são apropriados, porque durante sua vida religiosa conviveu muito tempo com esse povo, deixando marcas profundas de sua presença na Bulgária. A sua origem, seu nascimento e juventude são desconhecidos.

     No século IX, o príncipe da Morávia solicitou ao imperador de Constantinopla que lhe enviasse evangelizadores de origem germânica. Tinha a intenção de ampliar a catequização da população, mas não queria os missionários "latinos", que eram diferentes dos "germânicos" nos rituais litúrgicos. Isso era possível porque a Igreja ainda não tinha um padrão para todos os rituais católicos.

     Seguiram para lá os irmãos Cirilo e Metódio, ambos germânicos, no futuro conhecidos como os "apóstolos do Oriente". Os dois irmãos levaram alguns colaboradores, um deles era Clemente. Como era muito culto e aplicado, tornou-se o colaborador direto de Metódio na adaptação da liturgia do Oriente para as populações daquela região.

     Clemente fez inúmeras viagens com os dois apóstolos por todo o leste europeu, sendo um discípulo fiel na pregação do cristianismo. A evangelização do leste europeu era marcada pela rivalidade gerada com divisão entre evangelizadores "latinos" e "germânicos". Tanto assim que o próprio Clemente precisou afastar-se de uma cidade, porque um bispo não aceitava os "ritos germânicos".

     Por isto, Clemente decidiu seguir para a Bulgária, onde, além de refúgio, encontrou um novo campo de ação. Lá, trabalhou na simplificação do novo alfabeto para facilitar os estudos. Também converteu à fé cristã o próprio rei, que deixou o trono e retirou-se para um mosteiro. Os outros dois reis sucessores encorajaram a obra missionária e Clemente foi nomeado "primeiro bispo de língua búlgara" para comandar a principal diocese.

     Porém Clemente tinha sempre o pensamento voltado para a querida cidade de Ochrida, onde havia construído uma escola, que também era um mosteiro. Era lá que pretendia recolher-se na velhice. Mas não conseguiu, porque antes deveria pessoalmente escolher, instruir e formar o bispo substituto. No dia 27 de julho de 916 ele faleceu na cidade de Velika.

     Seu corpo foi sepultado no Mosteiro de Ochrida, onde seu túmulo passou a ser visitado e venerado pela população. Em alguns lugares, por tradição popular, costuma ser lembrado no dia 25 de novembro. A Igreja Católica proclamou-o santo e escolheu o dia de sua morte, 27 de julho, para as homenagens litúrgicas.
 
São Clemente de Ochrida, rogai por nós!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Evangelho do dia - (Mateus 13,16-17)

 
13 16 Disse Jesus aos seus discípulos: "Quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem! Ditosos os vossos ouvidos, porque ouvem!  17 Eu vos declaro, em verdade: muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram".

- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do evangelho - Por que falar em parábolas?

      Jesus teve motivos para escolher o método parabólico como meio de comunicar os mistérios do Reino. As parábolas exigiam, por parte dos ouvintes, uma grande capacidade de entrar em comunhão com Jesus, para poder captar-lhe a mensagem. Caso contrário, não se ia muito além da materialidade das palavras. E a parábola não passava de uma historinha meio sem graça, por falar de coisas evidentes. A mensagem das parábolas estava escondida atrás das palavras e só era captada por quem fosse capaz de buscar seu sentido oculto.
 
      Por outro lado, a linguagem das parábolas era simples, mas exigia interpretação por parte dos ouvintes. As parábolas escondiam uma mina inesgotável de ensinamentos. Cada pessoa que as escutava podia descobrir uma mensagem particular e, com isso, iluminar a própria experiência de consagração ao Reino.
 
      Sendo assim, ao mesmo tempo em que a mensagem das parábolas era compreendida por uns, permanecia incompreensível para outros. A uns era dado compreender os mistérios do Reino, a outros não.
       Seria isto um preconceito de Jesus em relação a algumas pessoas? Não! A compreensão dos mistérios do Reino não é dada a quem, de antemão, se fecha para Jesus. Seria perda de tempo querer comunicar-lhes o que não querem receber. Feliz é quem abre olhos e ouvidos para acolher Jesus!
 
Pe. Jaldemir Vitório
 
Oração
Senhor Jesus, faze-me conhecer os mistérios do Reino, para que eu possa trilhar, com segurança, os caminhos do Reino.

Santo do dia - São Joaquim e Sant'Ana

 Com alegria celebramos hoje a memória dos pais de Nossa Senhora: São Joaquim e Sant'Ana. Em hebraico, Ana exprime "graça" e Joaquim equivale a "Javé prepara ou fortalece".
 
Alguns escritos apócrifos narram a respeito da vida destes que foram os primeiros educadores da Virgem Santíssima. Também os Santos Padres e a Tradição testemunham que São Joaquim e Sant'Ana correspondem aos pais de Nossa Senhora
      Sant'Ana teria nascido em Belém. São Joaquim na Galileia. Ambos eram estéreis. Mas, apesar de enfrentarem esta dificuldade, viviam uma vida de fé e de temor a Deus.
 
     O Senhor então os abençoou com o nascimento da Virgem Maria e, também segundo uma antiga tradição, São Joaquim e Sant'Ana já eram de idade avançada quando receberam esta graça.
 
      A menina Maria foi levada mais tarde pelos pais Joaquim e Ana para o Templo, onde foi educada, ficando aí até ao tempo do noivado com São José. A data do nascimento e morte de ambos não possuímos, mas sabemos que vivem no coração da Igreja e nesta são cultuados desde o século VI.
 
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      Ana e seu marido Joaquim já estavam com idade avançada e ainda não tinham filhos. O que, para os judeus de sua época, era quase um desgosto e uma vergonha também. Os motivos são óbvios, pois os judeus esperavam a chegada do messias, como previam as sagradas profecias.
Assim, toda esposa judia esperava que dela nascesse o Salvador e, para tanto, ela tinha de dispor das condições para servir de veículo aos desígnios de Deus, se assim ele o desejasse. Por isso a esterilidade causava sofrimento e vergonha e é nessa situação constrangedora que vamos encontrar o casal.
      Mas Ana e Joaquim não desistiram. Rezaram por muito e muito tempo até que, quando já estavam quase perdendo a esperança, Ana engravidou. Não se sabe muito sobre a vida deles, pois passaram a ser citados a partir do século II, mas pelos escritos apócrifos, que não são citados na Bíblia, porque se entende que não foram inspirados por Deus. E eles apenas revelam o nome dos pais da Virgem Maria, que seria a Mãe do Messias.
      No Evangelho, Jesus disse: "Dos frutos conhecereis a planta". Assim, não foram precisos outros elementos para descrever-lhes a santidade, senão pelo exemplo de santidade da filha Maria. Afinal, Deus não escolheria filhos sem princípios ou dignidade para fazer deles o instrumento de sua ação.
Maria, ao nascer no dia 8 de setembro de um ano desconhecido, não só tirou dos ombros dos pais o peso de uma vida estéril, mas ainda recompensou-os pela fé, ao ser escolhida para, no futuro, ser a Mãe do Filho de Deus.
      A princípio, apenas santa Ana era comemorada e, mesmo assim, em dias diferentes no Ocidente e no Oriente. Em 25 de julho pelos gregos e no dia seguinte pelos latinos. A partir de 1584, também são Joaquim passou a ser cultuado, no dia 20 de março. Só em 1913 a Igreja determinou que os avós de Jesus Cristo deviam ser celebrados juntos, no dia 26 de julho.
 
São Joaquim e Sant'Ana, rogai por nós! 
 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O Papa e os Jovens

    
      Quando do primeiro “encontro mundial” do Papa com a Juventude, em 1984, a preocupação era garantir que a grande diferença de idade não inviabilizasse o diálogo. Colocar frente a frente gerações tão diferentes, parecia provocar o desencontro, como resultado do encontro proposto.

      A iniciativa tinha sido de João Paulo II, o incansável peregrino, obstinado a se encontrar com todo o mundo. Dessa vez a aposta era com a juventude. E o resultado foi surpreendente: entre o ancião que representava a velha guarda, e os jovens que representavam as novas gerações, na verdade havia muito mais concordâncias do que divergências, mais sintonias do que dissonâncias, mais empatia do que oposição.

      Esta primeira experiência acendeu a luz inspiradora, para construir uma plataforma dinâmica de diálogo entre a Igreja e a Juventude de nosso tempo.

      Outro fato concomitante veio corroborar esta proposta: a ONU acabava de estabelecer o ano de 1985 como o “Ano Internacional da Juventude”. O Papa não perdeu tempo: convocou outro encontro com os jovens, ainda em 1985, e nele expôs sua intenção de criar a “Jornada Mundial da Juventude”, a ser realizada em cada ano, por todas as dioceses, de preferência no Domingo de Ramos.

      Mas a proposta continha um ingrediente, que a experiência comprovou ser estratégico para sustentar as motivações da Jornada Mundial: ficou estabelecido que, no intervalo de poucos anos, de vez em quando, haveria Jornadas da Juventude, em grandes cidades do mundo, que contariam com a presença do Papa.

      E assim já aconteceu em 1986, ano em que se realizou a primeira Jornada Mundial da Juventude, que inaugurou a série que continua até hoje. Daí que agora já estamos na 28ª. JMJ, número que inicia sua contagem em 1986. E esta primeira já contou com a presença especial do Papa, traçando de certa maneira o molde das outras que deveriam vir.

      O interessante é que a segunda JMJ foi realizada em Buenos Aires, em 1987. Naqueles anos o Bergoglio ainda não era nem cardeal nem arcebispo de Buenos Aires, mas participou de perto desta nova iniciativa da Igreja, de se aproximar dos jovens, colocá-los em contato com Cristo, inseri-los na comunhão eclesial e envolvê-los na missão apostólica.

      O fato é que os jovens se tornaram hoje, através das Jornadas Mundiais, uma referência positiva de sensibilidade cristã, de vontade de recuperar valores perenes que motivam nossa existência, e sobretudo de generosidade em abraçar as causas da humanidade e a missão da Igreja.

      Nem é de estranhar que entre Juventude e Evangelho exista uma profunda afinidade e uma mútua cumplicidade. Pois na verdade o Evangelho de Cristo sempre traz a dinâmica da renovação, da recuperação de sentido, da mudança e da conversão pessoal com repercussões na sociedade.

      Não é por nada que por definição, o “evangelho” é uma “Boa Notícia”, que tem a força de se renovar sempre, encontrando nas “novas gerações” a porta aberta para entrar e ser acolhida.

      Se nos perguntarmos o que está acontecendo nestes dias com a Jornada Mundial da Juventude, podemos dizer que é o Evangelho assumindo as feições da juventude de hoje, e mostrando de novo como ele é o caminho verdadeiro para a plena realização de nossa vida. Os jovens estão nos dando o testemunho da perene vitalidade do Evangelho de Cristo.

Dom Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)

Evangelho do dia - (Mateus 20,20-28)

 
Naquele tempo, 20 20 aproximou-se a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer uma súplica. 21 Perguntou-lhe ele: "Que queres?" Ela respondeu: "Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda".
22 Jesus disse: "Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu devo beber?" "Sim", disseram-lhe. 23 "De fato, bebereis meu cálice. Quanto, porém, ao sentar-vos à minha direita ou à minha esquerda, isto não depende de mim vo-lo conceder. Esses lugares cabem àqueles aos quais meu Pai os reservou". 24 Os dez outros, que haviam ouvido tudo, indignaram-se contra os dois irmãos. 25 Jesus, porém, os chamou e lhes disse: "Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade. 26 Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, se faça vosso servo. 27 E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso escravo. 28 Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão".

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do evangelho - Carregar a cruz de Jesus

O privilégio do discípulo de Cristo é carregar a cruz do Senhor com todo amor do seu coração.
 
    É com muita alegria que celebramos hoje a festa do apóstolo São Tiago.
 
      São Tiago foi um dos primeiros a seguir Jesus. De temperamento impetuoso mas, ao mesmo tempo, um discípulo fiel, São Tiago procurou sempre estar muito próximo do Senhor.
 
     Ele era irmão do também apóstolo João, que escreveu para nós o Evangelho. Ambos eram filhos de Zebedeu.
 
      Um dia, a sua mãe – como nos relata o Evangelho de hoje (cf. Mt 20,20-28) – foi aproximar-se de Jesus para um privilégio, algo muito particular: que os seus filhos sentassem um à Sua direita e outro à Sua esquerda quando Jesus viesse em Sua glória.
 
       É a mãe que sabia que havia dado os seus dois filhos para a messe, havia entregado eles para o seguimento de Jesus, então ela se sentia – e seus filhos também! – no direito de ter privilégios.
Na verdade, quando a gente pede um privilégio, estamos pedindo para sermos considerados melhores do que os outros, para sermos mais bem tratados do que os outros, para termos aquilo que os outros não têm.
 
      A resposta de Jesus é muito clara: o privilégio do discípulo de Cristo é carregar a Sua cruz de cada dia, é saber suportar as contrariedades, as dificuldades, os sofrimentos da vida em louvor e ação de graças, em reconhecimento como dom e mérito de Jesus.
 
      Não pense que, por estar há muito tempo na Igreja e segue Jesus, porque ocupa este ou aquele cargo, que você vai ser mais importante do que os demais. Pelo contrário: nós não fazemos muito mais do que a nossa obrigação!
 
      Às vezes, nós até que nos colocamos à disposição para sermos os discípulos do Senhor, nós até sofremos muito mais do que os outros, até passamos por ultrajes, humilhações e vergonhas que o mundo nos impõe por sermos discípulos do Senhor. Que nós não busquemos no Reino de Deus querer “ser melhor” ou termos privilégios por sermos seguidores de Jesus.
 
       Não se esqueça: o privilégio do discípulo de Cristo é carregar a cruz do Senhor com todo amor do seu coração.
 
Pe.  Roger Araújo
 
ORAÇÃO
Pai, transforma-me em servidor de meus semelhantes, fazendo-me sempre pronto a doar minha vida para que o teu amor chegue até eles.
 

São Tiago Maior

     Tiago nasceu doze anos antes de Cristo, viveu mais anos do que ele e passou para a eternidade junto a seu Mestre. Tiago, o Maior, nasceu na Galiléia e era filho de Zebedeu e Salomé, segundo as Sagradas Escrituras. Era, portanto, irmão de João Evangelista, os "Filhos do Trovão", como os chamara Jesus. É sempre citado como um dos três primeiros apóstolos, além de figurar entre os prediletos de Jesus, juntamente com Pedro e André. É chamado de "maior" por causa do apóstolo homônimo, Tiago, filho de Alfeu, conhecido como "menor".
     Nas várias passagens bíblicas, podemos perceber que Jesus possuía apóstolos escolhidos para testemunharem acontecimentos especiais na vida do Redentor. Um era Tiago, o Maior, que constatamos ao seu lado na cura da sogra de Pedro, na ressurreição da filha de Jairo, na transfiguração do Senhor e na sua agonia no horto das Oliveiras.
      Consta que, depois da ressurreição de Cristo, Tiago rumou para a Espanha, percorrendo-a de norte a sul, fazendo sua evangelização, sendo por isso declarado seu padroeiro. Mais tarde, voltou a Jerusalém, onde converteu centenas de pessoas, até mesmo dois mágicos que causavam confusão entre o povo com suas artes diabólicas. Até que um dia lhe prepararam uma cilada, fazendo explodir um motim como se fosse ele o culpado. Assim, foi preso e acusado de causar sublevação entre o povo. A pena para esse crime era a morte.
      O juiz foi o cruel rei Herodes Antipas, um terrível e incansável perseguidor dos cristãos. Ele lhe impôs logo a pena máxima, ordenando que fosse flagelado e depois decapitado. A sentença foi executada durante as festas pascais no ano 42. Assim, Tiago, o Maior, tornou-se o primeiro dos apóstolos a derramar seu sangue pela fé em Jesus Cristo.
      No século VIII, quando a Palestina caiu em poder dos muçulmanos, um grupo de espanhóis trouxe o esquife onde repousavam os restos de são Tiago, o Maior, à cidade espanhola de Iria. Segundo uma antiga tradição da cidade, no século IX o bispo de lá teria visto uma grande estrela iluminando um campo, onde foi encontrado o túmulo contendo o esquife do apóstolo padroeiro. E a Espanha, que nesta ocasião lutava contra a invasão dos bárbaros muçulmanos, conseguiu vencê-los e expulsá-los com a sua ajuda invisível.
     Mais tarde, naquele local, o rei Afonso II mandou construir uma igreja e um mosteiro, dedicados a são Tiago, o Maior, com isso a cidade de Iria passou a chamar-se Santiago de Compostela, ou seja, do campo da estrela. Desde aquele tempo até hoje, o santuário de Santiago de Compostela é um dos mais procurados pelos peregrinos do mundo inteiro, que fazem o trajeto a pé.
      Essa rota, conhecida como "caminho de Santiago de Compostela", foi feita também pelo papa João Paulo II em 1989. Acompanhado por milhares de jovens do mundo inteiro, foi venerar as relíquias do apóstolo são Tiago, o Maior, depositadas na magnífica catedral das seis naves, concluída em 1122.

Santo do dia - São Tiago Maior

     Nascido em Betsaida, este apóstolo do Senhor era filho de Zebedeu e de Salomé e irmão do apóstolo João, o Evangelista.
 
     Pescador juntamente com seu irmão João, foi chamado por Jesus a ser discípulo d'Ele. Aceitou o chamado do Mestre e, deixando tudo, seguiu os passos do Senhor.
 
     Dentre os doze apóstolos, São Tiago foi um grande amigo de Nosso Senhor fazendo parte daquele grupo mais íntimo de Jesus (formado por Pedro, Tiago e João) testemunhando, assim, milagres e acontecimentos como a cura da sogra de Pedro, a Transfiguração de Jesus, entre outros.
 
     Procurou viver com fidelidade o seu discipulado. No entanto, foi somente após a vinda do Espírito Santo em Pentecostes que São Tiago correspondeu concretamente aos desígnios de Deus. No livro dos Atos dos Apóstolos, vemos o belo testemunho de São Tiago, o primeiro dentre os doze apóstolos a derramar o próprio sangue pela causa do Evangelho:
"Por aquele tempo, o rei Herodes tomou medidas visando maltratar alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João" (At 12,1-2).
    
     Segundo uma tradição, antes de ser martirizado, São Tiago abraçou um carcereiro desejando-lhe "a Paz de Cristo". Este gesto converteu o carcereiro que, assumindo a fé em Jesus, foi martirizado juntamente com o apóstolo.
 
     Existe ainda outra tradição sobre os lugares em que São Tiago passou, levando a Boa Nova do Reino. Dentre estes lugares, a Espanha onde, a partir do Século IX, teve início a devoção a São Tiago de Compostela.
 
São Tiago Maior, rogai por nós!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Evangelho do dia - (Mateus 13,1-9)


 
13 1 Naquele dia, saiu Jesus e sentou-se à beira do lago. 2 Acercou-se dele, porém, uma tal multidão, que precisou entrar numa barca. Nela se assentou, enquanto a multidão ficava à margem. 3 E seus discursos foram uma série de parábolas. 4 Disse ele: "Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram. 5 Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda. 6 Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes. 7 Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram. 8 Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um. 9 Aquele que tem ouvidos, ouça".

- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do evangelho - A boa semente

 
     Com certeza Jesus passava perto de algum sítio com seus discípulos e viu um homem semeando seu campo. Naquele tempo não havia tecnologia para a semeadura, que era feita manualmente. Todos nós, mesmo não sendo agricultores, sabemos que, para que uma semente possa desenvolver-se é necessário que ela atinja as profundezas da terra, seja esmagada e morra, para que possa brotar. Certa ocasião Jesus comparou-se a um grão de trigo que tem que passar por esse processo de permanecer na escuridão e ser esmagado, referindo-se à sua ressurreição.
 
      Podemos aplicar o mesmo raciocínio em relação a esta Parábola do Semeador. Quando não se está disposto a morrer interiormente, mediante a Palavra Escutada e Meditada, ocorrem as situações que Jesus exemplifica nesta parábola. As sementes que caíram ao longo do caminho eram boas e poderiam produzir, mas não foram recolhidas, são os recados que em nosso dia a dia Deus nos dá, através de acontecimentos do quotidiano, ou pessoas com quem nos relacionamos, como não foi anunciada de um presbitério ou púlpito, não damos muito crédito, foi á beira do caminho, não demos tanto valor ou importância e os pássaros comeram tudo.
 
     Outra parte caiu em solo pedregoso, uma vez eu estava em meio a uma torcida, vi alguém ser solidário a uma pessoa que não estava bem, inclusive abandonou a arquibancada para acompanhar o outro. Deus falou forte naquele momento, mas como eu iria adivinhar que Deus me falaria no meio da torcida do time da minha cidade, que disputava um título importante em uma das divisões do Campeonato Paulista? O solo era pedregoso, até dei atenção ao fato, achei maravilhoso porém, minhas atenções logo voltaram para  a partida e a Palavra não frutificou.
 
     Outras sementes caíram entre os espinhos, estas não têm nenhuma chance de frutificar. Contou-me um jovem, que estava em uma balada onde rolava droga pesada, promiscuidade e até certas manifestações satânicas de um elemento da Banda que animava o evento. Em meio aquela balbúrdia surgiu uma jovem que ele não conhecia, mostrou-lhe no peito um crucifixo e cantou aos seus ouvidos “No peito eu trago uma cruz, no meu coração o que disse Jesus”. Ele ficara perplexo, a jovem sumiu em meio a multidão. Tentou procurá-la mas foi inútil. Logo a sua patota o arrastou para o “delírio”. A sua conversão ocorreu muito tempo depois em um retiro de carnaval onde ele lembrou-se que Deus lhe falara em meio a uma Balada, mas os “espinhos” a sufocaram.
 
     A conclusão a que chegamos é bem simples: as sementes em si são ótimas mas elas são semeadas em todo tipo de terreno e podem sim, frutificar, se soubermos acolhê-la, independente do ambiente onde estamos pois, se Deus só semeasse as sementes em terra boa e fértil,  a Salvação não seria universal. Há sementes que caem em terra boa. São as nossas comunidades, local propício para a semeadura, entretanto, a produção é diversificada, uns rendem cem por cento, outros sessenta e outros trinta. Deus não é um empreendedor que exige retorno total do seu investimento. Ele têm infinita paciência e misericórdia e mínima abertura e atenção que dermos á sua Palavra, estaremos em comunhão com Ele e Ele fará maravilhas em nós.
 
Diácono José da Cruz
 
 
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a não desanimar na tarefa de semear tua Palavra, mesmo contando com perdas e fracassos.